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Por que o cooperativismo precisa estar no centro das políticas públicas

Foto: TVAL/divulgação.

É curioso notar como o Brasil ainda não coloca o cooperativismo no centro do debate sobre desenvolvimento econômico, quando a realidade mostra exatamente o contrário: ele já é protagonista na geração de empregos, no fortalecimento do empreendedorismo e no aumento da qualidade de vida das regiões em que atua.

Não estamos falando de uma ideia recente ou experimental. O cooperativismo nasceu em 1844, na Inglaterra, e hoje reúne 1 em cada 8 habitantes do planeta, respondendo por 10% dos empregos no mundo. No Brasil, 10% da população está vinculada a uma cooperativa. São números consistentes, levantados por entidades de credibilidade, e que dispensam contestação.

Além disso, estudos mostram a capacidade que o cooperativismo tem de transformar investimento em qualidade de vida. Onde ele está presente, há impacto direto no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e, principalmente, na distribuição de riqueza de maneira mais equilibrada.

Se é assim, por que ainda relegamos o cooperativismo a um papel periférico nas políticas públicas? Está mais do que na hora de União, estados e municípios colocarem esse modelo econômico no centro das estratégias para o desenvolvimento.

Iniciativas nessa direção já existem no Brasil. Alagoas, por exemplo, criou a Secretaria Executiva de Cooperativismo, Associativismo e Economia Solidária. É uma decisão inteligente, pois parte da compreensão de que nenhuma forma de organização distribui benefícios de maneira tão justa e ampla para a economia local como o cooperativismo.

Estamos às vésperas de um novo ciclo eleitoral: em 2026 voltaremos às urnas. O momento é oportuno para amadurecer o debate e exigir dos futuros gestores e representantes um compromisso real com um modelo que já se provou capaz de gerar riqueza coletiva e sustentável.

O futuro do Brasil não pode se apoiar apenas em políticas tradicionais que reproduzem velhas desigualdades. Se quisermos uma economia mais estável, resiliente e inclusiva, o cooperativismo precisa deixar de ser tratado como alternativa e passar a ser visto como prioridade estratégica.

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CEO de cooperativa de crédito, autor de livros sobre cooperativismo e Influenciador Coop do Sistema OCB.

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