Quem acompanha o mercado financeiro já percebeu: o tema tokenização deixou de ser promessa distante para se tornar uma prática concreta no mundo dos investimentos. E Santa Catarina acaba de entrar nesse mapa com força. No último dia 10 de setembro, nasceram dois projetos da Money Mob, no primeiro hub de ativos imobiliários estruturados em blockchain no estado.
A novidade pode parecer futurista, mas é simples de entender: a empresa lançou duas ofertas públicas de ativos imobiliários estruturados com lastro em imóveis, ou seja, participações digitais lastreadas em empreendimentos da economia real, registradas em blockchain e supervisionadas pela CVM. O diferencial está na combinação de governança robusta, registros auditáveis e contratos inteligentes que automatizam fases, pagamentos e condições previamente acordadas.
Na prática, o que antes ficava restrito a grandes investidores em mercado tradicional de fundos, agora pode ser acessado também por pessoas físicas e empresas que buscam diversificação e acesso, resolvendo duas grandes dores do mercado investidor: maior segurança e maior transparência.
Por que isso importa
O coração do mercado imobiliário continua sendo o mesmo: contratos, direitos e obrigações bem definidos. O que muda é a forma de dar acesso e transparência.
Com a tokenização, participações podem ser fracionadas, investidores conseguem acompanhar cada etapa do projeto em tempo real e até negociar suas cotas no mercado secundário dentro da própria plataforma.
Para incorporadores, significa acesso a capital alternativo de maneira mais ágil e com custos menores do que nos modelos tradicionais.
Para investidores, é a chance de participar de empreendimentos em Balneário Camboriú, uma das cidades mais desejadas do país, com a confiança de uma estrutura regulada.
Santa Catarina, já reconhecida por sua vocação inovadora, ganha destaque como polo que conecta tradição imobiliária com tecnologia de ponta.
Um movimento global
Não se trata de modismo. E jamais confunda com hype. A tokenização é um fenômeno que cresce em escala mundial. No Japão, Singapura, Europa e Estados Unidos, ativos imobiliários já são representados digitalmente, trazendo liquidez e eficiência ao setor.
Um “aranha-céus” de 100 bilhões no Japão foi tokenizado pelo maior banco do país (MUFG), em Osaka. E a resposta do porquê é simples: o Japão está desbloqueando trilhões em ativos que antes ficavam impossíveis de negociar ou atrair.
Segundo pesquisas recentes, o mercado global de Real-World Assets (RWAs) ultrapassou US$ 23 bilhões em 2025, um salto de 260% apenas no primeiro semestre do ano. Dentro desse universo, commodities tokenizadas já superaram US$ 1,9 bilhão.
No Brasil, os números também impressionam: mais de R$ 1,9 bilhão em ativos tokenizados apenas nos primeiros seis meses de 2025. O movimento conta com apoio crescente da CVM e do Banco Central, criando um ambiente regulatório mais seguro para incorporadores, investidores e fundos em plataformas homologadas e reguladas.
Quem está por trás
Fundar um centro de operações estruturadas exige cautela. Foi assim que à frente da Money Mob esse colunista, Cassio Biffi, mesmo como um advogado com experiência no novo mercado de capitais para PMEs, blockchain e tokenização, busca encontrar a visão de André Camargo, executivo com sólida trajetória no setor de desenvolvimento imobiliário em Santa Catarina.
Com essa dupla união de experiência jurídica, visão de mercado e conhecimento tecnológico para um propósito claro: elevar a régua de governança no mercado imobiliário brasileiro – e, principalmente local –, preservando o papel central do incorporador e, ao mesmo tempo, ampliando o acesso de investidores de todos os portes.
Entre tradição e inovação
O lançamento da Money Mob marca um passo importante não apenas para Balneário Camboriú, mas para todo o ecossistema imobiliário do país.
Não se trata de ruptura, mas de evolução. A tecnologia chega para fortalecer estruturas já consagradas, adicionando camadas de transparência, eficiência e liquidez.
No hub é possível entender todo o processo de nossa curadoria. Para incorporadores, é a chance de acelerar ciclos de projetos.
Para advogados, um campo fértil de inovação regulatória. Para investidores, acesso a oportunidades que antes eram restritas a poucos. Para toda a rede (stakeholders), incluindo corretores de imóveis, assessores de investimentos, bancários e parceiros, um convite ao aprendizado e de inteligência coletiva. Nossa construção é constante para formar times qualificados para esse mercado pujante.
Santa Catarina sai na frente e mostra que o futuro do Real Estate pode manter as bases sólidas da tradição, e reconstruído com a liquidez e a eficiência da nova economia.