Por Mariano Urman, diretor de pré-vendas da Strategy na América Latina.
Você deve se lembrar quando analisar dados envolvia exportar planilhas, criar fórmulas complicadas e torcer para não haver erros, não é? E, mais recentemente, quem nunca chamou “o cara ou a moça da TI” para dar uma ajudinha para extrair dados dos programas de análise e visualização de dados? Pois bem, isso está sumindo rapidamente (ainda bem).
Graças aos avanços tecnológicos, as empresas estão rompendo os silos de informações espalhados nas áreas de negócios, acelerando a inovação e a competitividade em setores como marketing, varejo, saúde e finanças.
Na última década, as ferramentas de análise de informações como o business intelligence (BI) passaram por uma transformação radical, evoluindo de sistemas complexos que demandam expertise técnica para plataformas mais acessíveis que empoderam membros da equipe, independentemente de seu conhecimento técnico.
Isso porque a mais nova geração de BI utiliza inteligência artificial (IA) para mudar a forma como os usuários interagem com os dados, permitindo que eles simplesmente façam perguntas em linguagem natural e recebam visualizações e insights instantâneos, como numa conversa com um assistente virtual.
Na prática, a união de IA com BI facilita o acesso a dados e análises para usuários não técnicos, permitindo que profissionais de diversas áreas explorem insights sem depender de especialistas em TI ou dados.
Essa tendência está transformando o cenário empresarial ao promover decisões mais ágeis, reduzir custos e fomentar uma cultura de gestão orientada a dados.
Sem dúvida, uma das mudanças mais significativas é o empoderamento de equipes não técnicas, que agora podem acessar dados em tempo real e gerar relatórios personalizados sem aguardar suporte de TI.
Isso é altamente relevante porque reduz a quantidade de relatórios que estão acumulados e pendentes de produção, análise ou entrega, o que melhora a produtividade da equipe, liberando-a para tarefas mais estratégicas e promovendo uma colaboração mais fluída entre departamentos. Por exemplo, profissionais de marketing podem analisar comportamentos de clientes instantaneamente, ajustando campanhas com maior precisão e velocidade.
A adoção de BI de autoatendimento está gerando economias substanciais para empresas em todo o mundo, ao reduzir a necessidade de equipes centralizadas de dados e minimizar atrasos em decisões. Relatórios indicam que organizações com acesso unificado a dados experimentam ganhos em eficiência, como economia de tempo e melhor coordenação, resultando em um melhor retorno para investimentos tecnológicos realizados.
A democratização do acesso aos dados está impulsionando uma cultura de inovação, onde insights são compartilhados amplamente, incentivando decisões baseadas em dados em todos os níveis hierárquicos.
Ferramentas impulsionadas por IA, como interfaces de linguagem natural, permitem que qualquer funcionário explore padrões e tendências, levando a uma maior literacia de dados e a identificação rápida de oportunidades. Isso é particularmente impactante em ambientes de trabalho remoto e híbrido, onde a colaboração em tempo real se torna essencial para manter a vantagem competitiva.
Apesar dos benefícios, há desafios como a necessidade de uma forte governança para garantir privacidade e qualidade dos dados, evitando riscos. Por conta disso, muitas empresas estão investindo em estratégias que equilibram acessibilidade com segurança, garantindo que a democratização não comprometa a integridade.
Toda essa transformação está redefinindo o panorama empresarial, tornando as organizações mais ágeis e inclusivas. À medida que ferramentas de BI evoluem, o foco em acessibilidade promete acelerar o crescimento econômico, mas exige compromisso com treinamento e governança para maximizar os ganhos.
A evolução da inteligência empresarial não mudou apenas quem pode usar essas ferramentas, mas também transformou a forma como as empresas tomam decisões. Com acesso mais rápido a insights, as empresas podem responder mais rapidamente às mudanças do mercado e às necessidades dos clientes.
Em um mercado cada vez mais competitivo, a capacidade de tomar decisões rapidamente baseadas em dados pode ser a diferença entre o sucesso e a estagnação.