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Mobiliário corporativo deixa de ser despesa e se torna investimento estratégico

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Foto: divulgação.

Por Maurício Comin, fundador da Venttidue Mobiliário Inteligente.

O mercado do Mobiliário Corporativo vem registrando transformações relevantes que vão além da estética dos escritórios. A busca por ambientes de trabalho mais funcionais, produtivos e sustentáveis impulsiona um setor que movimentou mais de US$ 7 bilhões em investimentos globais entre 2023 e 2024, de acordo com dados da Market Growth Reports. Parte significativa desses recursos foi destinada ao desenvolvimento de móveis inteligentes, com destaque para soluções de ergonomia orientadas por inteligência artificial e integração com dispositivos de Internet das Coisas (IoT).

O movimento acompanha uma mudança de percepção sobre o papel do mobiliário no ambiente corporativo. Escolhas baseadas unicamente no preço, prática ainda comum em empresas de diferentes portes, tendem a resultar em problemas de médio e longo prazo, já que móveis de baixo custo geralmente apresentam materiais menos resistentes, com menor durabilidade e acabamentos inferiores. O impacto não se restringe apenas ao aspecto visual, as interrupções frequentes para manutenção, necessidade de substituições e inadequações ergonômicas podem afetar diretamente a rotina de trabalho.

No Brasil, os dados da ABIMÓVEL indicam que o segmento de mobiliário corporativo premium representa apenas 8% do volume total produzido, mas responde por 22% da receita do setor. A disparidade sinaliza que os produtos de maior valor agregado concentram retorno financeiro superior, reforçando a ideia de que qualidade, inovação e diferenciação são fatores estratégicos. O mercado parece validar a máxima de que “o barato sai caro”, porque empresas que investem em soluções mais completas, tendem a ter benefícios prolongados em produtividade e satisfação dos colaboradores.

Além dos efeitos práticos no dia a dia, a decisão sobre o tipo de mobiliário corporativo influencia a imagem institucional. Ambientes de trabalho mal equipados podem transmitir uma percepção de descuido ou falta de comprometimento, impactando desde a retenção de talentos até a experiência de clientes em reuniões presenciais. Por outro lado, espaços planejados com foco em ergonomia, conforto e estética coerente fortalecem a identidade da marca e contribuem para um ambiente organizacional mais positivo.

A expansão do setor também acompanha a crescente demanda por sustentabilidade. Aproximadamente 30% dos investimentos globais recentes foram aplicados em materiais sustentáveis, segundo o Market Growth Reports, sinalizando um caminho de inovação alinhado às exigências ambientais e de governança corporativa. Essa tendência pressiona empresas fornecedoras a se adaptarem e amplia a responsabilidade dos gestores na hora da escolha, pois além do custo inicial, fatores como impacto ambiental, rastreabilidade de matérias-primas e certificações passaram a compor o processo decisório.

Com o avanço de modelos híbridos de trabalho e o crescimento dos espaços de coworking, soluções modulares e adaptáveis ganham protagonismo. Investir em mobiliário que acompanhe essas mudanças pode ser determinante para empresas que buscam escalabilidade e resiliência em sua infraestrutura. O caráter estratégico do mobiliário corporativo também se manifesta na relação custo-benefício ao longo do ciclo de vida do produto. Móveis de maior qualidade podem exigir um desembolso inicial superior, mas apresentam maior vida útil, reduzindo gastos recorrentes com reparos e reposições. Além disso, a ergonomia adequada diminui afastamentos médicos e contribui para a manutenção da saúde dos colaboradores, pontos que afetam diretamente a produtividade e, por consequência, os resultados financeiros.

Diante disso, o mobiliário corporativo deixa de ser visto como mera despesa operacional e passa a ser entendido como investimento de longo prazo. O cenário de crescimento sólido do setor, aliado à valorização de nichos premium, reforça a necessidade de escolhas mais conscientes. A equação não está em gastar mais por status, mas em compreender que qualidade, inovação e durabilidade geram retornos financeiros, institucionais e sociais que superam o aparente benefício de optar apenas pelo menor preço.

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