Por Matheus Jaschke, head de operações outsourcing na Lyncas.
Em tecnologia, a única certeza é a mudança. E nos últimos anos, essa mudança deixou de ser gradual para se tornar exponencial. Inteligência artificial, big data, digitalização massiva para a nuvem e a crescente preocupação com a cibersegurança estão cada vez mais no radar das empresas.
O Brasil já mostrou que está jogando essa competição em outro nível. Em 2024, o mercado de TI ultrapassou a marca de US$ 58 bilhões, crescendo acima da média global e consolidando o país como o maior player da América Latina, responsável por mais de um terço dos investimentos da região. E, com meus 15 anos de experiência na área Tech, vejo que quando o mercado acelera, quem não se move fica para trás.
O grande desafio é garantir velocidade, inovação e resiliência diante da escassez crescente de talentos em tecnologia. Nesse cenário, o outsourcing de TI se consolida como uma resposta estratégica para ganhar escala, governança e, acima de tudo, agilidade. O valor real está em potencializar o time interno com especialistas capazes de acelerar a transformação.
Na prática, isso se traduz em modelos de gestão a quatro mãos, onde cliente e fornecedor dividem responsabilidades. Enquanto a empresa concentra energia em inovação e estratégia, o parceiro assegura a operação e a atração de talentos.
Foi exatamente isso que ocorreu em um caso que acompanhei de perto, um cliente que enfrentava dificuldade em manter ritmo de entregas devido a alta rotatividade interna. A solução foi alocar um time via outsourcing, com um coordenador dedicado, gestão próxima e sessões de feedback constantes.
Ao contratar um profissional de outsourcing de TI, você está incorporando um talento que já vivenciou diferentes projetos, em múltiplas empresas e indústrias. Essa bagagem prática e esse background diverso é o que traz uma perspectiva fresca e um olhar estratégico para resolver problemas complexos.
Olhando para frente, o Brasil tende a se consolidar como polo global de outsourcing de TI, não apenas pelo custo competitivo em dólar, mas pela qualidade crescente dos seus profissionais. E globalmente, o modelo evolui para algo mais consultivo e híbrido, será preciso oferecer camadas de governança, métricas de valor, expertise em metodologias ágeis e integração com tecnologias como IA.
Aos executivos que ainda hesitam, deixo uma provocação. O que custa mais caro: investir em velocidade e inovação agora ou perder competitividade por não ter os talentos certos na hora certa? Outsourcing não é reduzir custos. É potencializar resultados. É usar especialistas para acelerar a transformação sem perder o DNA da empresa. E, nesse jogo, quem enxergar o outsourcing de TI como investimento estratégico terá vantagem clara na corrida pela inovação.