A transformação digital não é mais uma projeção de futuro, ela acontece em tempo real. Com essa afirmação, Tania Cosentino, ex-CEO da Microsoft Brasil, atual conselheira de empresas e referência em liderança tecnológica, abriu sua palestra durante o CRM Zummit, alertando que a revolução trazida pela inteligência artificial generativa exige das empresas mais do que inovação: exige segurança.
Promovido pelo Zoho CRM, braço de relacionamento com o cliente da multinacional Zoho, o evento aconteceu em Florianópolis, entre os dias 16 e 17 de outubro.
Segundo a executiva, mais de 90% das empresas já utilizam ou desenvolvem projetos baseados em IA generativa, e outras muitas pretendem aumentar os investimentos nessa área.
“A tecnologia está aqui para ficar, mas com ela surgem novos riscos. Apenas 1% dos líderes de risco se sentem preparados para lidar com as vulnerabilidades da IA”, ressaltou.
Para a executiva, segurança digital não pode ser tratada como uma camada complementar, e sim, como um pilar estratégico.
“A IA empodera tanto o defensor como o atacante. O hacker ganha velocidade, escala e agilidade, e cria zonas adicionais de vulnerabilidade. É fundamental que as empresas construam suas estratégias digitais com base em três elementos: arquitetura de dados sólida, boa governança e uma fundação robusta de cibersergurança”, explicou.
Durante a apresentação, detalhou como a hiperconectividade ampliou o que ela chama de “superfície de vulnerabilidade”, que vai dos dispositivos móveis aos aplicativos em nuvem. Ela lembrou que, com a pandemia, a migração acelerada para o digital ocorreu sem a preparação adequada, o que resultou em um aumento expressivo de ataques cibernéticos.
“O crime digital se tornou um negócio de alto retorno. Não existe ética nesse ambiente. O hacker busca dinheiro, informação e vantagem. E agora conta com ferramentas cada vez mais sofisticadas”, alertou.
A ex-CEO reforçou ainda que a segurança cibernética precisa estar na pauta de todos os níveis da organização, do conselho às equipes operacionais.
“Não se trata de perguntar se sua empresa será atacada, mas quando. Segurança é um tema que pode paralisar um negócio, afetar o faturamento e até interromper operações por dias”, afirmou.
Ela também fez um apelo pela criação de uma cultura de segurança que vá além das empresas e alcance os lares:
“Todos nós temos uma rede doméstica, dispositivos conectados, aplicativos baixados sem verificação. A cultura de segurança começa no comportamento individual. Ela precisa ser parte da rotina de cada pessoa que usa a tecnologia”.