Pesquisar

Estratégias para alinhar crescimento e conformidade em setores regulados

Foto: divulgação

Por Augusto Sorgi, Chief Operating Officer da SoftExpert.

Em setores altamente regulados, líderes empresariais enfrentam a pressão simultânea de ter eficiência operacional e cumprir rigorosamente normas complexas. Um estudo da KPMG destaca que diretores de compliance convivem com “pressão contínua e ininterrupta para reduzir custos e melhorar a eficiência”, ao mesmo tempo em que suas responsabilidades se ampliam além do mero cumprimento legal. Já uma pesquisa da Gartner, mostra que 39% dos executivos concordam que é preciso adotar estratégias que acompanhem o ritmo das novas exigências regulatórias, dado o volume constante de mudanças que impactam as companhias.

Ou seja, conjugar eficiência operacional e conformidade não é trivial. De um lado, processos ágeis e enxutos aumentam a produtividade; de outro, compliance protege contra riscos financeiros, reputacionais e legais. Nesse cenário, as organizações que entendem essa sinergia encontram vantagens competitivas: elas evitam multas milionárias e paralisações, enquanto suas operações eficientes reduzem desperdícios. Por exemplo, empresas SaaS (Software as a Service) que investem em padrões de segurança não apenas evitam prejuízos, como também ganham confiança dos clientes. Assim, eficiência e compliance integrados fortalecem a empresa, mitigam riscos e abrem o caminho para crescimento sustentável. Mas garantir essa união pode ser mais difícil do que parece. 

As principais barreiras para equilibrar esses objetivos começam pelo ritmo acelerado das mudanças regulatórias. Um estudo da Thomson Reuters mostra que 61% dos profissionais de risco e compliance consideram que se manter atualizado com as mudanças regulatórias é uma das suas três principais prioridades.  Além disso, a complexidade dos regulamentos aumenta o risco de incidentes. Nesse cenário de mudanças constantes que oferecem multas agressivas em casos de não conformidade, ferramentas tradicionais muitas vezes não são suficientes. Isso ocorre quando sistemas legados de compliance são isolados, deixando informações críticas dispersas e desatualizadas pela organização. Como resultado, fica quase impossível tomar decisões baseadas em dados corretos. Além disso, há desafios internos de cultura e processo – já que muitas empresas ainda tratam tecnologia de compliance de forma reativa, sem fluxo de informação eficiente.

Sistemas integrados devem antecipar mudanças (por exemplo, usando IA para mapear novas legislações) em vez de depender de ações manuais. Nesse sentido, outro ponto crítico é a fragmentação de dados. Quando departamentos ou ferramentas não conversam entre si, surgem silos de informação que atrasam análises e ações. Além disso, essa situação é muitas vezes acompanhada pela resistência à mudança. Equipes acostumadas a processos manuais tendem a evitar novas ferramentas ou fluxos de trabalho, comprometendo tanto a eficiência quanto a aderência às normas. 

Estratégias para superar essas barreiras 

Para vencer esses desafios, a minha primeira recomendação é realizar um planejamento estratégico. Antes de implementar iniciativas complexas (como de transformação digital), as empresas devem investir tempo em entender o contexto completo do negócio e do ambiente regulatório. No início, é mais importante compreender o contexto do que acelerar a execução. Estratégia antes da ação garante alinhamento entre riscos e objetivos corporativos. 

Uma cultura organizacional integrada é igualmente fundamental. A alta liderança deve fortalecer o programa de compliance: o sucesso da estratégia de compliance depende diretamente do apoio do conselho de administração, comitês de auditoria e da alta diretoria trabalhando em conjunto. Implementar uma ferramenta é fácil, mas construir uma cultura de eficácia e conformidade é o desafio que precisa ser superado. É preciso, por exemplo, contar com treinamentos constantes e canais de denúncia bem divulgados. Isso reforça a cultura de ética e conformidade. 

Além disso, recomendo adotar soluções tecnológicas que automatizam controles. Plataformas integradas de GRC (Governança, Risco e Compliance) permitem mapear riscos, gerenciar controles e realizar auditorias automáticas sobre processos críticos. A Inteligência Artificial (IA) e a análise preditiva também são empregadas para rastrear grandes volumes de dados. Todo esse esforço gera retorno sobre investimento e ganho de eficiência. 

Assim, é fundamental valorizar o processo decisório e buscar maximizar o ROI em cada iniciativa, sempre atrelando orçamento a metas de redução de custos e melhoria de performance. Seguindo essas práticas, a operação de uma empresa pode colher os frutos de unir gestão eficiente, cultura de conformidade e transformação digital, ganhando tanto em agilidade quanto em resiliência.

Portanto, aliados à agilidade, os programas de conformidade inteligentes se tornam verdadeiros promotores de vantagem competitiva. Ao usar tecnologia de ponta (IA, automação e nuvem, por exemplo), estabelecer processos integrados e promover uma cultura alinhada, companhias de setores regulados podem multiplicar ganhos operacionais sem renunciar à conformidade. Tal convergência pode se tornar um verdadeiro ciclo virtuoso de eficiência e compliance, e alcançar esse estágio é um imperativo estratégico para qualquer organização que busque crescimento sólido e sustentável.

Compartilhe

Há 30 anos, a SoftExpert impulsiona a transformação digital de empresas em mais de 50 países, oferecendo um software de gestão all-in-one, uma única solução com infinitas possibilidades. É referência global em excelência na gestão, integrando processos, qualidade e conformidade. Reconhecida por sua tecnologia robusta, adaptável e apoiada por inteligência artificial, a SoftExpert orquestra pessoas, estratégias e operações de gestão corporativa, ajudando organizações a otimizar processos, fortalecer a governança, garantir conformidade e alcançar resultados sustentáveis. Mais do que tecnologia, a SoftExpert eleva a gestão corporativa ao next level.

Leia também