Com a digitalização de processos e a crescente demanda por segurança, o reconhecimento facial se consolida como uma solução promissora que mantém destaque e ritmo de crescimento mesmo com o mercado olhando principalmente para a Inteligência Artificial (IA).
De acordo com estimativas da Statista, o mercado brasileiro de reconhecimento facial deve movimentar cerca de US$87 milhões em 2025. O setor tem o Estados Unidos como o maior mercado, local onde deverá somar US$1,43 bilhão em movimentações no mesmo ano.
A expansão é impulsionada por aplicações que unem inovação, proteção de dados e eficiência operacional. No Brasil, o reconhecimento facial tem ganhado força desde a Copa do Mundo de 2014, quando começou a ser testado. Pouco mais de dez anos depois deste marco, o sistema passou a ser obrigatório em estádios brasileiros com mais de 20 mil lugares, devido à Lei Geral do Esporte.
Ou seja, a tecnologia está cada vez mais presente no cotidiano e é adotado em diferentes contextos, desde a identidade de acesso ao celular até entradas em portarias e confirmações de pagamento, com o potencial de garantir identificação segura, reduzir fraudes e agilizar processos.
Especialistas em tecnologia de Santa Catarina apresentam três exemplos de uso da solução:
Check-in automático em estabelecimentos de saúde
Com foco em modernizar o atendimento no setor de saúde, a Nina Tecnologia desenvolveu um sistema de check-in automático baseado em reconhecimento facial. A solução identifica pacientes em segundos, mesmo com o uso de máscaras, e elimina a necessidade de apresentar documentos físicos ou carteirinhas. Já adotada por redes privadas de saúde, a ferramenta tem ajudado a reduzir filas e otimizar o fluxo de recepção em hospitais e clínicas, além de reforçar a segurança no acesso a áreas restritas.
Roberto Dozol, fundador da Nina Tecnologia, destaca que o uso da biometria facial tende a se tornar parte do cotidiano nos estabelecimentos de saúde, como clínicas e hospitais:
“Acreditamos que a identificação rápida e segura será essencial para o futuro da saúde, tanto para garantir a experiência do paciente quanto para proteger dados sensíveis e reduzir riscos de fraudes”.
Para ele, a digitalização do acesso é um passo necessário para aproximar o setor dos padrões de inovação consolidados em outras áreas da economia.
Biometria facial integrada a camadas de verificação digital
Com mais de duas décadas de atuação, a Bry, empresa de tecnologia de identificação digital do grupo Certifica&CO, aposta na biometria facial para ampliar a segurança em processos de identificação digital. Sua solução Bry iD, desenvolvida com tecnologia própria, é usada por bancos, prefeituras e instituições públicas para autenticação de usuários com base em reconhecimento facial e múltiplas camadas de validação. A ferramenta é integrada a sistemas como assinatura eletrônica e carimbo do tempo, garantindo rastreabilidade, validade jurídica e conformidade com a LGPD.
Além da identificação facial, também conta com verificação de vivacidade e proteção contra deepfakes, fatores essenciais em um contexto de crescimento das fraudes digitais. Em 2024, a empresa registrou mais de 500 mil transações biométricas por mês.
Para Carlos Tatara, diretor de tecnologia da Bry, a biometria facial é hoje uma das formas mais eficientes de autenticação digital:
“Quando combinada com tecnologias complementares, como assinatura digital e carimbo do tempo, oferece uma jornada segura, fluida e juridicamente válida em qualquer contexto de uso”.
IA proporcionando maior segurança no setor varejista
Com solução própria que evita perdas e fraudes e atuação nacional, a Deconve vem ganhando destaque no setor ao utilizar câmeras inteligentes integradas a um software proprietário com reconhecimento facial e detecção em tempo real. O sistema opera com uma base de dados colaborativa, na qual os próprios clientes podem cadastrar ocorrências e indivíduos suspeitos, promovendo uma espécie de “vizinhança comunitária” entre varejistas.
“O diferencial da Deconve está na combinação de tecnologia com inteligência compartilhada, o que permite antecipar e inibir tentativas de furto com alto grau de precisão e respeito ao cliente final. Não vendemos reconhecimento facial: vendemos prevenção de perdas com foco na segurança e na experiência de compra”, afirma Rodrigo Tessari, CEO da startup.
Com esta solução única, dados da empresa apontam seu crescimento acelerado diante do mercado, dobrando o faturamento anualmente. A expectativa é fechar 2025 em R$ 2 milhões e o triplo para 2026, cerca de R$ 6 milhões e R$ 8 milhões.
 
  
