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Compliance na era digital precisa superar a tradição

Foto: divulgação

Por Fernando Engelmann, diretor de tecnologia da SoftExpert.

A transformação digital deixou de ser uma opção estratégica e se tornou um imperativo para a sobrevivência de corporações de todos os tamanhos. Entretanto, para organizações altamente reguladas, o grande desafio é escalar as operações digitais sem amplificar os riscos de compliance. Isso porque muitas companhias buscam agilidade através do uso de soluções modernas de gestão de projetos e de automação de workflows. Todavia, tal abordagem pode se converter em uma armadilha, caso falhe em considerar os rigorosos requisitos de agências como Anvisa e FDA (Food and Drug Administration).

Essas ferramentas, apesar de serem efetivas em seus nichos, não oferecem  trilhas de auditoria robustas, validação e controles de segurança necessários para garantir a conformidade. Essa lacuna tecnológica ameaça colocar a empresa numa situação de risco regulatório, em que potenciais ganhos podem ser comprometidos por falhas de aderência às normas. Por isso, a verdadeira transformação não se encontra na digitalização superficial dos processos, mas, sim, na escolha de uma arquitetura tecnológica capaz de unir eficiência e compliance desde a sua concepção. 

O mito da solução pontual: por que ferramentas isoladas não resolvem o problema real?

Segundo a Gartner, dados de má qualidade custam, em média, US$ 12,9 milhões por ano por organização. Nesse cenário, é comum as organizações fomentarem a crença de que um conjunto de soluções de gestão de projetos pode ser costurado para formar um ecossistema digital coeso e em conformidade. Mas isso é nada mais do que um erro estratégico fundamental: uma abordagem que cria um labirinto de sistemas desconexos, cada um operando em um silo. Desse modo, se cria uma situação em que a equipe fica sem visibilidade de ponta a ponta ou o controle exigido pelas agências reguladoras. 

O apelo é compreensível, afinal, são as ferramentas de gestão que prometem uma implementação rápida e ganhos imediatos na eficiência dos departamentos. Entretanto, essa percepção de agilidade tem um custo alto e, muitas vezes, escondido: a dispersão de  dados e processos essenciais, que introduz imensa complexidade operacional e expõe a empresa a riscos regulatórios, perceptíveis apenas em auditorias ou avaliações de conformidade. Na prática, essa falta de integração pode gerar problemas estruturais, transformando a promessa de agilidade em vulnerabilidade.Sem conexões nativas entre sistemas, as trilhas de auditoria e os relatórios permanecem fragmentados, dificultando a governança e ampliando a superfície de risco regulatório.

Digitalizar vs. Transformar: automatizar um processo defeituoso ou repensá-lo para ganhar verdadeira eficiência

Insisto que a questão central está na confusão entre a digitalização superficial e a genuína transformação. Se nós automatizamos um processo quebrado e manual, ele somente terá um mau desempenho em maior velocidade e escala. Assim, a verdadeira transformação requer o desmonte e a reimaginação do processo em si antes da tecnologia ser aplicada a ele. Isso evita a criação de dados desconexos, onde ferramentas de front-end vistosas criam uma fachada hiper digitalizada que contrasta com um back-end que sofre com dados de baixa qualidade e problemas de integração. No final das contas, isso acaba por atrapalhar a tomada de decisões baseada em dados reais.

Embora APIs e conectores sejam ferramentas essenciais, elas representam uma abordagem fragmentada para um problema que exige uma solução arquitetônica integrada e contínua. A verdadeira integração não é sobre conectar sistemas separados, mas sim operar desde o início em um ambiente unificado. Uma plataforma unificada elimina as barreiras artificiais entre governança, risco, compliance, gestão de qualidade e a execução de projetos. 

Entretanto, também devo alertar que a adoção tecnológica não garante consistência. Dados da PWC mostram que quase metade das organizações já utiliza tecnologia em múltiplas atividades de compliance, com 49% reportando uso em 11 ou mais atividades. Apesar disso, um problema estrutural persiste: 38% apontam a falta de dados e tecnologia como o maior desafio na área. Assim, investir em ferramentas pontuais não é o mesmo que alcançar uma governança integrada: sem uma plataforma unificada que assegure qualidade e consistência dos dados, ganhos operacionais ficam fragmentados e a visibilidade necessária para auditorias e decisões gerenciais permanece comprometida.

Isso só corrobora com as vantagens de usar uma plataforma unificada, que incluem a eliminação de transferências manuais, a garantia de fidelidade dos dados e uma visibilidade holística – que proporciona uma visão panorâmica e em tempo real de como riscos, projetos e atividades de conformidade se inter-relacionam.

A conformidade é resultado de uma arquitetura estratégica

Diante do exposto, concluo que a arquitetura unificada deixou de ser uma opção e se tornou um imperativo estratégico para garantir a conformidade contínua com escalabilidade segura. Como líderes, devemos priorizar investimentos em plataformas com governança nativa e trilhas de auditoria. Essa escolha reduz risco regulatório e habilita decisões mais rápidas e confiáveis. Ao adotar tecnologia, com controles incorporados, ganhamos resiliência e agilidade. Portanto, é imperativo nos comprometermos a liderar essa transformação, usando dados unificados e gestão de risco para garantir a vantagem competitiva.

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