Tornar uma invenção criada na bancada de um laboratório em um sucesso comercial não é tarefa fácil. Na coluna de hoje, veremos na prática como a Ayzer está trabalhando para isso.
Nos dias 26 e 27 de novembro, durante a 45ª Encontro Catarinense de Hospitais, em Florianópolis, a empresa de Balneário Camboriú apresentará seu equipamento de descontaminação de ar e oxidação tri atômica, tecnologia pioneira que resultou na conquista da patente de invenção.
Nesta entrevista, o inventor desta solução Julio Cesar Berndsen, doutor em Engenharia Mecânica e desenvolvimento de produtos pela UFSC, compartilha sua visão sobre a relevância de eventos técnicos especializados como esse.
Segundo ele, são espaços estratégicos para conectar inovação com aplicabilidade, permitindo que tecnologias disruptivas sejam demonstradas diretamente aos tomadores de decisão. Essa exposição qualificada é fundamental para garantir que invenções saiam do ambiente laboratorial e alcancem o mercado com propósito, escala e impacto.
Com sólida experiência em projetos, obras e gestão técnica, ele reforça que inovação só se consolida quando é percebida como solução real.
Depois da tão esperada conquista da patente, agora é a hora de levar a inovação ao mercado. Sabemos como essa fase é crucial para garantir o retorno do investimento para a empresa e a sociedade. Como foi o planejamento da Ayzer para fazer esta ponte de levar a inovação ao mercado?
Após conquistar a patente, a Ayzer estruturou um plano estratégico para levar sua inovação ao mercado. O processo envolveu diagnóstico de mercado, validação da proposta de valor e entrada escalonada por meio de pilotos. Parcerias com distribuidores e um modelo de negócio sustentável garantiram capilaridade e retorno. A comunicação foi pensada para destacar propósito e impacto. Tudo isso consolidou uma ponte sólida entre tecnologia, mercado e transformação.
Conhecemos muitas históricas de grandes projetos e inovações incríveis que ficam trancadas nos laboratórios, justamente por falta de estratégia de comercialização destas. Quais são os principais desafios que você encontra para comercializar a sua tecnologia, mesmo após a conquista da Carta Patente?
Mesmo com a Carta Patente conquistada, comercializar a tecnologia traz desafios significativos. O primeiro é educar o mercado sobre os benefícios da inovação, especialmente quando ela rompe paradigmas. Também enfrentamos a necessidade de adaptar a solução a diferentes contextos regulatórios e operacionais. Construir uma narrativa clara de impacto e valor é essencial para engajar stakeholders. A formação de parcerias estratégicas amplia o alcance e fortalece a confiança. Além disso, validar economicamente a solução e demonstrar sua escalabilidade são passos cruciais. Comercializar inovação exige mais que tecnologia — requer estratégia, conexão e propósito.
Os eventos super nichados, como é o caso do 45ª Edição do Encontro Catarinense de Hospitais, que vai acontecer nos dias 26 e 27 de novembro, em Florianópolis, são uma tendência para a divulgação de tecnologias tão específicas quanto a sua?
Eventos super nichados como o Encontro Catarinense de Hospitais são estratégicos para tecnologias específicas. Eles reúnem públicos altamente qualificados, facilitando conexões com tomadores de decisão e especialistas do setor. Esse ambiente permite apresentar soluções com profundidade técnica e alinhamento direto às demandas reais. A troca de experiências acelera a validação e adoção da inovação. Além disso, fortalece o posicionamento da marca e gera oportunidades comerciais assertivas. Para tecnologias que exigem entendimento técnico e propósito claro, esses eventos são vitais. Mais que tendência, são uma ponte eficaz entre inovação e mercado.
Que outras estratégias de demonstração da sua tecnologia, além dos eventos nichados, você está adotando para fazer chegar ao público-alvo a sua inovação?
Além dos eventos nichados, temos adotado demonstrações práticas em ambientes reais, como a instalação piloto do nosso sensor de qualidade do ar em uma unidade hospitalar. Essa experiência permitiu validar a eficácia da tecnologia em tempo real, gerando dados concretos sobre seu impacto na segurança ambiental. Com isso, conseguimos apresentar resultados tangíveis aos gestores, fortalecendo a confiança na solução. Também utilizamos relatórios analíticos e apresentações técnicas para contextualizar os benefícios. Essa abordagem prática aproxima a inovação do cotidiano das instituições. Mais do que mostrar a tecnologia, buscamos revelar seu valor aplicado.
Quais conselhos você pode deixar para outros empresários e inventores que enfrentam algum tipo de dificuldade até alcançar sucesso comercial de suas invenções?
Alcançar o sucesso comercial de uma invenção exige mais do que técnica — é preciso estratégia e resiliência. Entender profundamente o problema que a tecnologia resolve é essencial para gerar valor real. Criar protótipos e narrativas claras ajuda a conectar inovação ao mercado. Parcerias estratégicas aceleram a validação e ampliam o alcance. É importante ter paciência sem perder o ritmo de evolução. Proteger a invenção com patente é vital, mas compartilhar sua visão inspira confiança. O sucesso vem da união entre propósito, técnica e conexão com as necessidades reais. No nosso caso, a validação em hospitais e o diálogo com equipes técnicas hospitalares foram decisivos para aprimorar a solução.