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O papel da mulher no mercado de tecnologia: avanços e desafios

Foto: divulgação

Por Jaqueline Dalpont Ventimiglia, CFO da Upp Tecnologia.

O mercado de tecnologia vive uma das transformações mais significativas das últimas décadas — e, no centro desse movimento, está a crescente presença feminina. Embora as mulheres ainda representem menos de um terço da força de trabalho global no setor, sua participação tem avançado de forma consistente, impulsionada por iniciativas de formação, políticas de diversidade e uma mudança cultural cada vez mais visível. Em um ambiente historicamente dominado por homens, elas ocupam, passo a passo, posições estratégicas que vão desde a liderança corporativa até áreas técnicas de alta especialização, como ciência de dados, cibersegurança e inteligência artificial.

Esse avanço não é apenas uma questão de equidade: é também um motor de inovação. Diversos estudos internacionais apontam que equipes plurais — especialmente em tecnologia — tomam decisões mais assertivas, criam produtos mais inclusivos e respondem com maior eficiência às demandas de um mercado diverso como o brasileiro. A presença feminina amplia o repertório, desafia vieses inconscientes e traz novas perspectivas para soluções complexas.

Apesar do progresso, os desafios persistem. Barreiras como desigualdade salarial, falta de representatividade, escassez de modelos femininos na liderança e ambientes ainda pouco acolhedores continuam sendo realidade. A maternidade e a dupla jornada também têm impacto direto na permanência das mulheres no setor, expondo a necessidade de políticas mais robustas de inclusão, flexibilidade e apoio institucional.

Por outro lado, a nova geração já aponta um caminho promissor. Cada vez mais meninas ingressam em cursos ligados à tecnologia, influenciadas por programas de capacitação, comunidades de mulheres desenvolvedoras e ações voltadas à alfabetização digital. Empresas que investem em diversidade não apenas atraem novos talentos, mas também fortalecem sua competitividade em um cenário global acelerado pela IA e pela automação.

O papel da mulher na tecnologia, portanto, é decisivo para o futuro da inovação. Não se trata apenas de ocupar espaços, mas de transformar a forma como o setor pensa, cria e entrega soluções para a sociedade. À medida que mais mulheres ascendem nesse ecossistema, o mercado se torna mais criativo, mais ético e mais equilibrado — e o avanço de toda a indústria acompanha esse movimento.

A inclusão feminina deixou de ser tendência e se tornou exigência estratégica. O próximo salto depende do compromisso contínuo de empresas, governos e instituições para garantir que a tecnologia seja, de fato, um espaço para todos.

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