Os desafios relacionados ao ESG avançam em ritmo mais acelerado do que a capacidade de adaptação de muitas organizações. Em um cenário marcado por novas exigências regulatórias, pressão de investidores e maior escrutínio da sociedade, já não basta assumir compromissos públicos com a sustentabilidade. As empresas precisam comprovar, por meio de indicadores claros e confiáveis, a eficácia dos impactos sociais e ambientais que geram. Isto torna-se condição essencial para o acesso ao capital, o fortalecimento da reputação, que proporciona a chamada licença social para operar e a perenidade dos negócios.
Se nos últimos anos o uso de tecnologia e dados começou a apoiar o monitoramento das práticas ESG, o nível de exigência agora alcança um novo patamar. Não se trata apenas de medir, mas de disponibilizar métricas de impacto sustentável parametrizadas e, sempre que possível, em tempo real, capazes de orientar decisões estratégicas e dialogar com investidores, reguladores e demais públicos de interesse.
A análise das tendências atuais em comparação com as previsões feitas para 2025 reforça um ponto central: a integração efetiva do ESG à estratégia do negócio deixou de ser opcional. Governança e transparência, que já despontavam como temas prioritários, tendem a se consolidar como pilares estruturantes da sustentabilidade corporativa.
No Brasil, por exemplo, empresas de capital aberto passam a ser obrigadas a divulgar relatórios de sustentabilidade. Já aquelas que exportam para o mercado europeu passam a enfrentar padrões ainda mais rigorosos, especialmente no que diz respeito às questões ambientais e à rastreabilidade das cadeias produtivas.
Quando o olhar se volta para 2026, observa-se um consenso crescente no avanço do Pilar Social. Temas como Diversidade, Inclusão e Bem-estar, que já vinham ganhando relevância, tendem a integrar-se de forma definitiva à cultura organizacional e às práticas de gestão de pessoas.
No campo ambiental, a Economia Circular aplicada à cadeia de valor ganha status de vantagem competitiva e diferencial estratégico prioritário. Ao lado dela, permanece o desafio essencial da descarbonização da economia, impulsionada pela transição energética e pela necessidade de reduzir riscos climáticos.
Em síntese, 2026 marca a consolidação de um novo estágio do ESG. Mais do que parecer sustentáveis, as empresas precisarão demonstrar, com evidências concretas, como alinham as boas práticas de sustentabilidade aos objetivos do negócio, e, principalmente, qual é a eficácia dos impactos positivos gerados para o meio ambiente e a sociedade.