Com a globalização da internet, a população mundial está muito bem informada, porque está 24 horas conectada. Tablets, notebooks e smartphones ganham a todo momento versões mais sofisticadas e compatíveis com o estilo de vida atual.
Os smartphones hoje são fiéis escudeiros para toda hora, em qualquer lugar e servem para quase tudo. As operadoras, por sua vez, guerrilham pela melhor oferta de pacote de dados para mobiles.
Com a população conectada, os desafios dos profissionais de marketing tem sido estabelecer conexões com seu público. No mundo digital é preciso ter liderança social, ou seja, transpor o consumo puramente cultural e mirar os chamados “fanconsumidores”, os consumidores que viram fãs da marca e influenciam outras pessoas a fazerem o mesmo.
Ter os valores de sua marca em conformidade com o do seu cliente fará com que deixe de vender produtos e venda experiências que estão de acordo com seu estilo de vida.
O livro popularmente conhecido como a bíblia do marketing, o Administração de Marketing (KOTLER e KELLER), menciona que o Estados Unidos estava atrasado quanto às boas práticas e busca de resultados através do mobile marketing e compara às economias asiáticas, que já estão há muito tempo voltadas para o uso da tecnologia nas suas mais diversas versões, considerando a interação o melhor meio de promover experiência e, claro, a venda de seus produtos.
Mas o que é mobile marketing? Nada mais, nada menos do que campanhas voltadas aos dispositivos móveis. E em meio ao assédio que o consumidor sofre todos os dias e quase que a todo momento, é preciso saber como performar de fato, ou seja, fazer com que além de estar disponível em multiplataforma, também converter buscas e consultas em resultado, a escolha por seu produto ou serviço.
Não basta mais ter uma marca conhecida, que julgue ser forte, é preciso dar voz ao consumidor. Ele quer conexões que se submetam as suas preferências, ao que busca, seus interesses onde ele esteja.
Existem ferramentas guiadas por inteligência artificial e algoritmos capazes de oferecer um mapa de calor, que detecta o movimento dos olhos enquanto leem a tela e estudos mostram que se um anúncio ou e-mail marketing possui ícones gráficos e botões clicáveis aumentavam em 60% a taxa de cliques comparados a apenas a sinalização de endereços eletrônicos.
Outras tecnologias utilizam recursos de geolocalização que buscam por localidade ou interesse e promovem a entrega de seu material digital, anúncios, promoções etc, aos que os buscam ou buscaram por similaridades ou ainda benefícios atribuídos aos seus produtos.
E alguns se chocam com o quanto somos monitorados e vigiados pelos incríveis robôs da internet, no entanto, temos que encarar a realidade, o consumidor está se permitindo porque vê como geração de oportunidades de comparação entregues a ele sem maiores esforços, simplesmente a oferta chega até ele. Portanto a oferta mais atraente, mais veloz e com as propriedades adequadas a fim de promover sua decisão será certeira.
Recentemente, vimos uma das maiores fusões de empresas, a Natura comprou a gigante Avon. Vislumbrando maior crescimento internacional e um público mais popular, a fusão colocou a empresa em 4º lugar mundial.
A Natura&Co tem um apelo forte quanto à sustentabilidade, com a The Body Shop, empresa britânica do grupo, isso é ainda mais evidente, certificada como uma B-Corp, selo dado a empresas que operam dentro dos mais altos padrões sociais e ambientais.
Com a Avon, os desafios seriam maiores, embora a marca tenha um viés mais popular, a empresa traria ao grupo menos dependência do mercado nacional com um faturamento promissor, mas precisou ser alinhada ao apelo sustentável do grupo, deixando, por exemplo, de fazer testes em animais.
Imagino que a Natura&CO tenha um longo processo pela frente para colocar a Avon em conformidade com seus valores, e promover uma melhor experiência para os consumidores dos conhecidos livrinhos da marca.
Apresentar todo pacote de funcionalidades que o mobile marketing pode garantir e que já é utilizado pelas demais marcas do grupo fará com que a decisão do cliente por seus produtos, seja a consequência de estar sintonizado com suas filosofias.
Ilustrei com o caso da fusão Natura&Co e Avon para reforçar a importância de estar atento ao que realmente importa no comportamento do consumidor atual, e considerando que todos de alguma forma estão conectados a um dispositivo móvel e não ter um amplo pacote de ações de mobile marketing com campanhas de push e pull alinhadas, um bom site institucional, redes sociais ativas e convidativas com conteúdo relevante, blogs, vlogs, aplicativos, portais ou até área do cliente preparados para tecnologia móvel é estar na contramão do mundo.
Em 02/12/2019 a revista Exame publicou: De crianças a idosos, grande parte da população aderiu os aplicativos de troca de mensagens em seu dia a dia, retendo quase duas horas diárias sem distinção social, “Cada usuário gasta 1 hora e 22 minutos do dia usando sites e aplicativos de redes sociais, dividindo o tempo entre mensagens instantâneas, entretenimento e jogos digitais. (…) as classes sociais D e E são as que mais gastam tempo trocando mensagens instantâneas por dia, com cerca de 119 minutos diários. As classes A, B e C, gastam, respectivamente, 96, 96 e 101 minutos por dia”.
E então, como vai seu mobile marketing?