De onde vêm as variantes do coronavírus identificadas em Santa Catarina? Como elas chegaram até aqui? Há muitas perguntas que podem ser respondidas a partir do sequenciamento do genoma do micro-organismo em 100 amostras coletadas em diferentes regiões do estado.
O trabalho é liderado pelo professor Glauber Wagner, com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc).
O pesquisador faz parte do Laboratório de Bioinformática do Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e do Núcleo de Bionformática e Biologia Computacional do Centro de Ciências Biológicas.
A ideia é verificar quais variantes do vírus estão em circulação no estado.
As amostras de pacientes diagnosticados com coronavírus em diferentes regiões do estado são processadas e amplificadas para depois seguirem para a etapa de sequenciamento, feito pela Biomehub, spin-off da Neoprospecta, dedicada ao desenvolvimento de serviços inovadores para a saúde.
Ele destaca que a maioria destas mutações não resultam em alterações significativas nas proteínas dos vírus, mas algumas delas podem gerar variantes que podem ser observadas, incidindo no comportamento do vírus:
“Nesta fase do estudo, pelo menos metade das cem amostras sequenciadas estão em análise para a identificação dos genótipos. A expectativa é de que o trabalho já tenha seus primeiros resultados em março. Uma das hipóteses é de que diferentes mutações possam ser identificadas nas diferentes regiões”.
Os dados das amostras coletadas na pesquisa também serão incorporados aos repositórios que reúnem informações genéticas sobre o coronavírus no mundo.
De acordo com o professor, há nestes bancos de dados, cerca de 600 amostras sequenciadas no Brasil, seis delas de Santa Catarina.
Fonte: Amanda Miranda, jornalista da Agecom/UFSC com informações da Fapesc