Por Ari Rabaiolli, diretor presidente da Aceville Transportes e presidente da Fetrancesc, Transpocred e Conselho Regional do SEST SENAT SC.
O brasileiro, aliás, o cidadão, não tem mais disposição de ouvir sobre restrição de liberdade para evitar a contaminação da Covid-19.
Isso muito embora ainda precise de cuidados redobrados para evitar a propagação da doença.
É que já se somam quase doze meses de uma mudança repentina radical de vida, do uso da máscara, à falta de abraço e às mudanças de processos em todos os ambientes. E não temos previsão, por enquanto, de quando voltaremos ao normal.
E, mesmo com tantas adaptações, com dificuldades, prejuízos e problemas, o homem deu, e está dando, a volta por cima. Prova disso foi em relação à crise econômica que a pandemia trouxe.
Mesmo com tudo isso, o Transporte Rodoviário de Cargas (TRC), que não pode parar em momento algum, pois era responsável por garantir o abastecimento da população, registrou aumento de 14% na arrecadação de ICMS em Santa Catarina em um comparativo de 2019 com 2020.
De acordo com dados da Secretaria do Estado da Fazenda, o setor teve queda na arrecadação de fevereiro a maio e recuperação constante a partir de junho, com pico de arrecadação no último bimestre do ano.
Em 2019 foram R$ 594.335.131,65 em ICMS para os poder público e, em 2020, foram R$ 674.998.461,86, uma diferença de R$ 80.663.330,21 (13,57%) de um ano para o outro.
Além disso, o total de aumento de arrecadação em 2019 frente a 2018 foi de 20%, quando o setor teve o saldo de R$ 494.357.137,44.
Esse saldo positivo do setor é, acima de tudo, por executarmos uma atividade essencial para o abastecimento, bem como por termos nos reinventado, enquanto empresas, para o boom nas compras on-line. Nós nos adequamos ao e-commerce, à alta demanda das compras pela internet, porque entendemos que este é o novo momento do transporte.
Não dá para ignorar, é claro, que nós, transportadoras, contamos com suporte fundamental do Governo Federal e Estadual. Importante destacar que sem o auxílio emergencial muitas das empresas do nosso setor já teriam encerrado suas atividades.
Mas, acima de tudo, as atividades do Transporte Rodoviário de Cargas se mantiveram aquecidas porque todos os nossos colaboradores se mantiveram firmes e fortes e enfrentaram as dificuldades impostas pela pandemia em prol da manutenção das atividades nas empresas, com destaque especial aos motoristas. Sem eles, nós não existiríamos. Sem eles, o Brasil não teria garantia de abastecimento. E é pelo Brasil que nós trabalhamos.