A taxa de desocupação fechou em 14,7% no trimestre de fevereiro a abril, 0,4 ponto percentual acima do trimestre encerrado em janeiro.
Com isso, o número de desempregados variou 3,4%, com mais 489 mil pessoas desocupadas, totalizando 14,8 milhões buscando um trabalho no país.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua divulgada nesta quarta-feira, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“O cenário foi de estabilidade da população ocupada (85,9 milhões) e crescimento da população desocupada, com mais pressão sobre o mercado de trabalho”, afirma a analista da pesquisa, Adriana Beringuy, observando que o nível de ocupação continua abaixo de 50% desde o trimestre encerrado em maio do ano passado, o que indica que menos da metade da população em idade para trabalhar está ocupada no país.
Na comparação com o trimestre fechado em abril do ano passado, quando foram observados os primeiros efeitos da pandemia, o mercado de trabalho ainda registra perdas na ocupação, mas num ritmo menor.
“Ainda registramos perdas importantes da população ocupada (-3,7%), mas já tivemos percentuais maiores, que chegaram a 12% no auge da pandemia. Estamos observando, portanto, uma redução no ritmo de perdas a cada trimestre. No computo geral, contudo, temos menos 3,3 milhões de pessoas trabalhando desde o início da pandemia”, pondera a analista.
A maioria dos indicadores permaneceram estáveis no trimestre até abril, em relação ao anterior. Entre as categorias profissionais, somente os trabalhadores por conta própria cresceram, pelo menos 2,3% com mais 537 mil pessoas, totalizando 24 milhões.
Os trabalhadores com carteira assinada no setor privado ficaram estáveis em 29,6 milhões no trimestre. Na comparação anual, porém, houve uma redução de 8,1% ou menos 2,6 milhões de pessoas.
Os empregados no setor privado sem carteira também ficaram estáveis, com 9,8 milhões. Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, foi registrada uma redução de 3,7%, com menos 374 mil pessoas.
A categoria dos trabalhadores domésticos foi estimada em 5 milhões de pessoas. Frente ao mesmo trimestre do ano anterior, esse grupo de trabalhadores reduziu 10,4%, menos 572 mil pessoas. Os empregados do setor público ficaram estáveis em 11,8 milhões.
Já o número de empregadores com CNPJ (3,1 milhões) manteve o recorde de menor contingente da série histórica iniciada no quarto trimestre 2015, quando começou a ser pesquisada a diferenciação de profissionais com e sem CNPJ.
A taxa de informalidade foi de 39,8% no trimestre até abril, o que equivale a 34,2 milhões de pessoas, não havendo variação significativa em relação ao trimestre anterior (39,7%). Há um ano, o contingente era 34,6 milhões com uma taxa de 38,8%. Os informais são os trabalhadores sem carteira assinada (empregados do setor privado ou trabalhadores domésticos), sem CNPJ (empregadores ou empregados por conta própria) ou trabalhadores sem remuneração.
A pesquisa mostra ainda que o rendimento médio real dos trabalhadores foi de R$ 2.532 no trimestre fechado em abril, ficando estável em relação ao anterior.
A massa de rendimento real, que é soma de todos os rendimentos dos trabalhadores, também ficou estável, atingindo R$ 212,3 bilhões.
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