“Manda quem pode, obedece quem tem juízo”. Todos nós já ouvimos esse dito popular em algum momento da vida, seja referente à obediência que devemos a nossos pais, familiares, professores da escola ou, principalmente, a nossos chefes.
A toda pessoa mais velha, ou que está em algum cargo elevado, é comum e cultural ter o sentimento de que devemos submissão a qualquer custo.
Pode até ser verdade ou real para gerações mais antigas, mas esta realidade já não é mais viável para o mundo moderno.
Não é caso de desobediência, o total oposto da obediência, não acatamento de ordens por simples capricho ou falta de respeito, mas sim de colaboração.
Um líder nato é aquele que sabe escutar, identificar os problemas e explorar as capacidades intrínsecas de seus funcionários, independente de gênero, faixa etária, cor ou nacionalidade.
Ser líder é saber lidar com pessoas, o que vai além da experiência e formação que o profissional possa ter adquirido em sua carreira.
Por conta disso, não é de se admirar que muitos colaboradores relatam já ter tido problemas com seus superiores.
A Mindsight, empresa de tecnologia e gestão de pessoas, fez um estudo durante processos seletivos para entender como os colaboradores imaginam um bom líder.
Ao menos 61% dos entrevistados afirmaram que já tiveram problemas com seus líderes e que a maior dificuldade enfrentada foi a falta de feedback.
Em janeiro deste ano uma pesquisa foi feita com 4 mil trabalhadores, líderes e colaboradores de empresas, a fim de obter opiniões sobre o trabalho híbrido e remoto que vem sendo adotado por muitas empresas.
A pesquisa Gartner Hybrid Work Employee 2021 mostrou que menos da metade dos colaboradores (47%) acreditam que a liderança leva sua perspectiva em consideração ao tomar decisões, enquanto por parte dos líderes, a maioria (75%) acha que sim.
A pandemia é, sem sombra de dúvidas, uma situação de calamidade sem precedentes, que ceifou a vida de milhões de homens e mulheres de variadas faixas etárias.
Porém, serviu para fazer aflorar o lado resiliente dos brasileiros, testando a capacidade dos atuais líderes em lidar com a pressão de continuar entregando resultados, aliado à necessidade de continuar inspirando seus colaboradores a permanecerem motivados mesmo com o estresse do isolamento social e o surgimento de muitos casos de depressão.
Além disso, os líderes precisaram estar atentos para não cair nas armadilhas do micro gerenciamento, que é o excesso de controle sobre a rotina de trabalho de suas equipes o que também causa sérios danos na dinâmica da equipe como desmotivação, perda de autoconfiança e claro, prejudica a retenção dos colaboradores.
O profissional Cristiano Soares, publicou recentemente sobre o tema no Linkedin Notícias no post mencionou: “Outro impacto importante é na saúde mental das pessoas: o excesso de controle triplica a chances de Burnout”.
Falta de empatia e feedback, falhas de comunicação, carência de comprometimento, micro gerenciamento são apenas alguns dos problemas ainda enfrentados pelas lideranças atuais. Acredito que não há como evitar esses problemas em sua totalidade.
Se pararmos para analisar, são situações com as quais podemos nos deparar em várias áreas da vida, familiar, amorosa, estudantil e principalmente profissional. São características únicas de cada ser humano.
A autonomia que uma boa liderança pode gerar em uma equipe, incentivando os colaboradores a serem proativos, confiando na capacidade de cada um de fazer o seu trabalho bem feito é o que torna o papel do líder tão essencial dentro de uma organização. Ou você confia, ou terá que fazer você mesmo. E essa carga, nem sempre é fácil de carregar.
Que tipo de líder você quer ser? O que dá voz aos colaboradores e os incentiva a serem confiáveis fazendo um bom trabalho? Você encoraja a colaboração voltada para o resultado, cercando-se de pessoas que podem ser até mais incríveis do que você? Ou o que fecha as portas aos colaboradores, podando as chances de crescimento de uma pessoa que pode vir a ser um bom líder também?
Na minha visão o que faz de você um bom líder é a capacidade de tirar o melhor de cada potencialidade de sua equipe, dando segurança, incentivo e principalmente inspiração. Uma equipe gerida por um líder que inspira, encoraja e desafia seus liderados decola.
O caminho para se tornar um grande gestor é árduo e eu mesma já passei por várias situações, ao longo da minha carreira, que me fizeram desacreditar do meu potencial ou querer dar um passo para trás.
Mas é a vontade de evoluir e inspirar outras pessoas que deve ser o incentivador para que não somente o negócio como também os colaboradores possam pegar impulso e voar, utilizando os percalços do caminho como degraus para subir o máximo possível.