O mês de novembro traz um tema que proporciona diversas discussões. Mulheres cada vez mais têm conquistado sua voz e seu espaço na sociedade, principalmente no empreendedorismo. Especificamente no dia 19 deste mês é comemorado o Dia Internacional do Empreendedorismo Feminino e, como um único dia não seria suficiente, produzimos uma série com 30 entrevistas de mulheres fantásticas para falar sobre o tema.
A convidada de hoje é Jéssica Paraguassu, fundadora da Mulheres no Comando. Confira abaixo:
Qual foi o start do negócio?
Empreendedora na essência, internacionalista e especialista em negócios e neurociência, eu nunca fiquei confortável com a disparidade de gênero nos altos cargos de liderança. Já fui líder de vendas nas maiores empresas do Brasil, passei por momentos onde fui silenciada, chamada de mulher difícil, vi mulheres perdendo oportunidades e me vi perdendo também, até que descobri que o mercado tenta calar mulheres que sabem a real potência da própria voz. Depois de entender isso, prometi para mim mesma que isso nunca mais aconteceria com as mulheres. Hoje, tenho o propósito de liberar o potencial das mulheres no mundo, e como CEO e fundadora da Mulheres no Comando, desafio a sociedade todos os dias a estimular a potência e liberdade das mulheres.
Quais são os desafios de empreender como mulher? E o que você indica para quem quer começar?
Acredito que os desafios sejam os mesmos de qualquer mulher no mercado de trabalho, as pessoas sempre vão duvidar da sua capacidade de realização, vão tentar te calar e te diminuir e acredito que o nosso maior desafio é construir uma imunidade emocional para lidar com isso e não deixar que as críticas e dúvidas te façam desistir porque infelizmente elas sempre irão existir, a questão é apenas como lidar com elas. Para quem tá começando aconselho a dar um passo de cada vez, porque muitas vezes esperamos ter as condições perfeitas para seguir nossos sonhos e acabamos estagnadas e frustradas, então se coloque objetivos claros e dentro da sua realidade, comemore as pequenas vitórias e esteja sempre aberta a aprender com as pessoas ao seu redor.
Entre expectativa e realidade, o que você achava que era empreender e o que de fato é?
Eu nunca tive uma ilusão sobre empreender ser algo glamuroso, eu cresci com pais empreendedores que tiveram diversos negócios ao longo da vida, aprendi muito com eles sobre o quão desafiador pode ser o empreendedorismo. Acho que ter minha própria empresa foi um exercício de filtrar o que eu achava que fazia sentido ou não para mim, por exemplo: meus pais sempre tiveram dificuldades de separar o capital da empresa do capital da pessoa física, então eu aprendi com os erros que vi e logo de início já sabia que na minha empresa seria diferente.
Qual seu principal objetivo com o Mulheres no Comando? O que move seu negócio?
Nossa missão é liberar o potencial das mulheres no mundo. Por isso, a Mulheres no Comando trabalha todos os dias para que mulheres cresçam, sejam respeitadas, se desenvolvam como grandes líderes e deixem a sua marca no mundo.
Em quem ou no que você se inspira para continuar a empreender?
Me inspiro principalmente no meu time, porque realmente o mercado de trabalho ainda é muito tóxico para nós mulheres, ao criar minha própria empresa, penso que além de transformar a vida das nossas clientes, meu principal objetivo é transformar as pessoas que trabalham comigo e perceber que nós vivemos os valores do que vendemos é algo muito importante para mim. Basicamente é o sentimento que é possível fazer diferente, a revolução começa conosco e assim podemos transbordar essa transformação para outras empresas e para as mulheres.
