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Como a descentralização deve ajudar a suprir demanda por mão de obra em tecnologia em SC

Foto: divulgação.

A Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE) encerrou o ano com bons números: aumentou em 30% o número de empresas associadas à entidade, inaugurou novos centros de inovação, lançou uma plataforma de inteligência digital e expandiu a metodologia da incubadora MIDITEC. Para 2022, já estabeleceu as metas para continuar com o desenvolvimento tecnológico e transformar, ano a ano, Santa Catarina no estado da inovação. Nesse Economia SC Drops, conversamos com Iomani Engelmann, presidente da entidade. Confira abaixo:

Como foi o último ano para a ACATE? 

Iomani: Foi um ano de muitos desafios para a ACATE e todo o ecossistema, mas também de muitas conquistas. Aumentamos em mais de 30% o número de empresas associadas à entidade, reforçamos o processo de estadualização da ACATE com estruturação da rede MIDITEC para diversas regiões, além de dois centros de inovação em Chapecó. Outro ponto de destaque foi que intensificamos os serviços e apoio às empresas de base tecnológica catarinenses. Lançamos o Innoway, plataforma de inteligência digital para medir o nível de inovação dos negócios, ampliamos ainda o Fundo Garantidor, que oferece carta de garantia para que empresas tenham acesso a crédito, com nova linha de até R$ 350 mil e reduções nas taxas administrativas.

Quais foram os principais desafios e conquistas da associação?

Iomani: Um levantamento da ACATE mostrou que devem ser abertas mais de 16 mil novas vagas na área de tecnologia em Santa Catarina até 2023. Um dos grandes desafios da entidade é auxiliar na formação de talentos para preencher esses postos. Nesse ponto também está uma das grandes conquistas da associação no último ano. Por meio de parcerias com diversas entidades, empresas, academia e Governo do Estado, a ACATE apoiou no desenvolvimento de editais, cursos e iniciativas para formação de profissionais na área de tecnologia em todas as regiões. Como o foco é em uma jornada de formação de talentos para a tecnologia, esse movimento deve ser de longo prazo e englobar todas as fases de aprendizado. Outro destaque foi a descentralização da atuação da ACATE e da inovação no estado. Inauguramos, em parceria com a Associação Polo Tecnológico do Oeste Catarinense (DEATEC), um segundo Centro de Inovação em Chapecó. Além disso, a metodologia do MIDITEC, considerado uma das cinco melhores incubadoras do mundo, se expandiu e, além de Florianópolis, está em funcionamento em Joinville, Brusque, Blumenau e Chapecó. Outra conquista importante para apoiar o ecossistema catarinense, neste período de tantos desafios, foi reforçar o Fundo Garantidor ACATE. Lançado em março de 2020 e com foco em pequenas e médias empresas de todo o estado, o fundo já garantiu acesso de 39 empresas a quase R$ 5 milhões em linhas de crédito. 

Quais as expectativas e planos para 2022?

Iomani: O ecossistema catarinense está cada vez mais forte. Estamos muito empenhados em termos um estado de inovação, não apenas regiões isoladas. Então, em 2022, queremos continuar incentivando a inovação em todas as regiões. Outro ponto essencial é seguir fortalecendo a matriz de formação de talentos, porque é uma demanda que já é grande e deve continuar avançando. Com a formação de profissionais, abrimos um leque de oportunidades. Podemos abastecer as empresas existentes no estado com mão de obra qualificada, gerando renda e emprego para as cidades catarinenses. Além de atrair novas empresas para o nosso estado e fornecer profissionais para organizações em qualquer lugar do mundo, por meio do trabalho remoto. Acredito que Santa Catarina seguirá como exemplo para o país e muitas regiões no mundo, que podem se espelhar no processo de estadualização tecnológica do nosso estado como diferencial competitivo de sua economia.  

O eixo Blumenau, Joinville e Florianópolis se destaca em número de empresas do setor. Mas que outras cidades/pólos a associação pode destacar e quer fortalecer nos próximos anos?

Iomani: A ACATE está presente em todo o estado de Santa Catarina por meio de 10 polos, e temos o objetivo de ampliar essa rede, buscando desenvolver ainda mais as características de cada mesorregião. Entendemos que a tecnologia pode proporcionar ainda mais competitividade a essas vocações econômicas nativas de Santa Catarina, afinal as empresas de tecnologia podem auxiliar as organizações tradicionais a crescerem ainda mais. Então o objetivo é seguir fortalecendo todas as regiões catarinenses. Esse processo de descentralização da inovação em SC é fundamental para impulsionar o desenvolvimento econômico e social do estado como um todo. 

Como a ACATE vai atuar em prol da formação de novos profissionais da área, visando diminuir a demanda das empresas? Quais as soluções?

Iomani: Atuar em prol da formação de novos profissionais foi uma das nossas principais ações da entidade no último ano. Em Santa Catarina, há diversas iniciativas já em curso e a ACATE é uma das protagonistas desse movimento. O primeiro passo para desenvolver soluções a longo prazo nesta área foi fazer um levantamento, junto às empresas de base tecnológica, para entender qual é a demanda real e quais são as funções e habilidades mais requisitadas. O mapeamento mostrou que as funções mais demandadas são Desenvolvedor Full Stack, Back-end e Front-end. Esse levantamento ajudou a definir cursos para formação de profissionais de acordo com as necessidades das empresas e também a identificar quais as áreas com maior déficit. Na sequência, identificamos iniciativas de formação de profissionais nesta área.  Um exemplo é o Programa Entra21, do Blusoft, polo de Blumenau. Financiado pela Prefeitura de Blumenau, Governo do Estado e empresas da região do Vale do Itajaí, o projeto já capacitou gratuitamente mais de 5 mil jovens desde 2006. Outro exemplo é a capacitação oferecida pela Prefeitura de Florianópolis, em parceria com a UFSC, no projeto Floripa Mais Empregos. Para assegurar uma formação baseada nas demandas do mercado de tecnologia, a ACATE e o SENAI também lançaram o DEVinHouse, um programa para formação de desenvolvedores em nove meses e com bolsas de estudo integrais. Outra ação é o Programa Jovem Programador, coordenado pelo Sindicato Patronal das Empresas de TI de SC (SEPROSC), e SENAC/SC, em parceria com a ACATE e empresas, com turmas em 12 cidades catarinenses. Além do edital, em conjunto com a Fapesc, que prevê investimento de R$ 4 milhões para qualificar 1,2 mil pessoas em todas as regiões catarinenses. Essas são apenas algumas iniciativas e que mostram que o desafio de formar talentos na área de tecnologia é complexo e exige um esforço conjunto de toda a sociedade. E, se depender da ACATE, 2022 será um ano de ainda mais ações neste sentido. 

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