Não há dúvidas de que o Brasil é um exemplo mundial de sucesso em vacinação nos últimos 50 anos, além de uma referência na imunização da população diante da pandemia.
Porém, se há poucos meses se comemorava a plena retomada do setor no país, o alerta chegou rápido, devido à variante ômicron, que tem alta transmissibilidade, mas com baixíssima letalidade e sem pressão no número de leitos do sistema de saúde.
Deve-se a isso à conscientização da população em imunizar-se e à farta distribuição das vacinas no país. Estive recentemente na Europa prospectando participantes para os eventos cervejeiros de Blumenau, em março, e pude constatar presencialmente que estamos bem mais avançados em proteção vacinal do que o Velho Mundo.
O sinal amarelo está aí e cabe às lideranças do setor avaliar as melhores opções visando a segurança aos frequentadores, cuidado indissociável à seriedade dos profissionais que operam neste segmento. Ainda não é o momento de falarmos em cancelamentos, mas, sim, de responsabilidade.
É notório que os eventos foram os mais impactados pela maior crise da história, e o último a vislumbrar sua retomada. Mas é impensável o descuido com aqueles que desejam diversão, negócios ou mesmo relacionamento.
Esta percepção é internacional e os brasileiros que trabalham seriamente no setor estão sempre alinhados com as determinações sanitárias do poder público.
Também considero essencial avaliar a taxa de transmissibilidade dos eventos organizados e responsáveis. Se temos este quadro atual de contágios, muito se deve ao descuido de encontros e aglomerações ilegais ou não recomendadas, sejam em residências, festas, praias, parques, centros de compras, rodoviárias e aeroportos. Sem contar que deve ser determinante o controle da evolução deste cenário, número de internações, óbitos e gravidade dos casos.
Um exemplo de ameaças bem maiores foi a recente declaração de representante da Fiocruz, afirmando que o risco de contágio em um desfile das escolas de samba na Sapucaí, com os protocolos estabelecidos, equivale à metade do apresentado no transporte coletivo no Rio de Janeiro.
Sim, queremos eventos, mas desde que todos sintam-se e estejam seguros. E lutamos para que, novamente, não sejamos demonizados pelo avanço da Covid-19.