Oferecer benefícios aos colaboradores é uma prática comum (e legal) em empresas. Neste Economia SC Drops, entrevistamos Guido Chicata, gerente executivo da Ahfin, de Florianópolis, para saber qual será a tendência no mundo dos benefícios e como isso pode ser uma vantagem competitiva no mercado. Confira abaixo:
Quais as principais vantagens, tanto para empresas quanto para colaboradores, em oferecer benefícios?
Guido: Pensando primeiro em empresas e comentando um pouco mais sobre o nosso próprio segmento que é a área de tecnologia, digo que, se ela quiser atrair os melhores talentos do mercado, necessita ter um bom portfólio de benefícios. O mercado de tecnologia, por exemplo, é extremamente concorrido e, no geral, as empresas irão cobrir o salário que a pessoa exigir. No entanto, muitas vezes a decisão pelo lado do colaborador acaba sendo pela avaliação do pacote de benefícios, não pelo salário em si. Muitas vezes o candidato olhará também para os produtos, a cultura, a maneira como essa empresa se relaciona com os colaboradores de fato, na prática, não só a maneira como ela comunica para o mercado. Para a empresa, os benefícios são uma necessidade se ela realmente quer se destacar nesse mercado altamente competitivo. Outro ponto, pensando ainda na empresa, é que se pensarmos somente no salário, em algum momento isso pesará muito na folha. Sabemos que há dezenas de impostos, encargos e uma das formas de complementar esse salário e ser mais competitivo é buscando os benefícios. Hoje temos no mercado uma série de empresas que oferecem benefícios para saúde física, psicológica, relacionados à educação, entre outros. Essas são formas e caminhos de oferecer um salário um pouco maior, sem remunerar em termos de folha. Para o colaborador tudo isso se reverte em bem-estar financeiro e na vida pessoal.
Já existe um padrão estabelecido em oferecer vale refeição, vale transporte. Quais seriam os próximos passos e diferenciais nesse sentido? O que mais as empresas podem oferecer?
Guido: Além dos citados há pouco, como benefícios relacionados a saúde física, mental e também a educação, muito tem se falado em benefícios flexíveis. Quando falamos do mercado de VR, VA, existe uma tendência muito tradicional. Hoje surgem algumas empresas de tecnologia que disponibilizam benefícios flexíveis para que o colaborador tenha a liberdade de usar aquele valor da maneira como ele bem entender. Essa flexibilidade é um diferencial e cada vez mais será não só em termos financeiros, como a forma como o colaborador se relaciona com a empresa. É de certa forma outro benefício também a forma de trabalho (remoto, híbrido, presencial, entre outros). Olhando para o que a própria Ahfin oferece ao mercado, um outro benefício é falar de educação financeira. Existe uma série de benefícios no mercado, mas hoje não há quase nenhum levando educação financeira para os seus colaboradores dentro da empresa. Um colaborador endividado, por exemplo, tem mais estresse, problemas psicológicos, eventualmente ele pode forçar um desligamento para poder receber um acerto pensando que irá quitar a dívida e depois resolver o que faz em seguida.
Oferecer bem-estar continua sendo uma tendência para 2022? Por quê?
Guido: Essa é uma discussão que acabou se tornando cada vez mais óbvia ao longo do tempo. Precisamos oferecer bem-estar aos colaboradores. Quem não oferece precisa se adequar, pois uma empresa extremamente tradicional, que não se importa com o bem-estar do colaborador, seja físico, psicológico, financeiro, entre outros. , é uma empresa que não olha para o capital humano da forma como ele deve ser olhado e, inevitavelmente, irá perder esses colaboradores e em algum momento passará por dificuldades. Não há outro caminho a não ser oferecer esses tipos de benefícios. Precisamos cada vez mais estreitar as nossas relações com os colaboradores e fornecer o que eles precisam para poderem viver bem e, consequentemente, entregarem um bom trabalho.
