Downloads mais rápidos? Chamadas de vídeo sem falhas? Carregar uma página de pesquisa em segundos?
Sim, isso será possível, mas a quinta geração de internet prevê feitos ainda mais significativos e se trata de um importante marco na nossa realidade para um futuro em que tudo estará conectado.
No entanto, ainda há pela frente muitos desafios para que o Brasil possa, finalmente, usufruir dessa tecnologia.
Em novembro do ano passado foi realizado o leilão e estipuladas as regras gerais pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), um passo adiante para a implementação da tecnologia 5G em nosso país.
Embora o documento preveja início de funcionamento nas 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal até julho deste ano, a implantação, que será gradual, ainda depende de estrutura adequada.
DESAFIOS
O processo de infraestrutura esbarra em uma série de burocracias, isso porque muitas cidades possuem legislação específica para a instalação das torres ERBs (Estações de Rádio Base), antenas e torres que transmitem o sinal da operadora para o seu celular.
Além disso, é previsto que para funcionar em suas diferentes faixas de frequência o 5G precise de até cinco vezes mais antenas do que as utilizadas para o 4G. Ou seja: maior custo de infraestrutura.
Para as empresas alguns dos desafios estão relacionados à segurança de dados, pois como haverá muitos dados em circulação, serão necessários procedimentos ainda mais confiáveis. Há ainda a necessidade de mão de obra qualificada para implantar e manter a nova tecnologia.
“A tecnologia 5G vai proporcionar novas possibilidades em função da sua capacidade de transferência de dados, dispositivos conectados de forma simultânea e menor latência. Podemos dizer que, na prática, será possível desenvolver ou melhorar aplicações que dependem dessas melhorias técnicas e poderão transformar o dia a dia das empresas em função da automação dos equipamentos conectados, da não dependência de redes fixas e da formatação de novos produtos e serviços, que serão apoiados nessa tecnologia”, explica o CEO da VC-X Solutions, Jonathan Rodbourne.
Segundo ele, diversos segmentos poderão ser beneficiados com a nova tecnologia. Em uma indústria, por exemplo, a utilização do 5G permitirá que haja uma super automação de toda a rede de produção, com sistemas de monitoramento muito mais sofisticados, com sensores instalados nesses equipamentos, medindo o tempo de vida, o desgaste, a necessidade de manutenção etc.
Já no setor de saúde, diversos sensores poderiam monitorar as condições desses pacientes e seus sinais vitais, para que isso ocorra, é necessário uma taxa de latência muito baixa, algo que essa tecnologia trará à nossa realidade.
A latência é o tempo que um pacote de dados leva para ser enviado pelo dispositivo de origem até chegar ao dispositivo de destino. É conhecida como tempo de resposta, responsável, por exemplo, pelo delay que acontece nas chamadas de vídeo e transmissões ao vivo, quando temos que esperar até que a pessoa do outro lado escute o que falamos.
O máximo de latência que o 4G alcança é de 50 a 70 milissegundos. O 5G vai oferecer 1 milissegundo, o que significa que aparelhos vão reagir quase que instantaneamente às interações, praticamente acabando com esse problema.
A realidade das empresas poderá contar com várias mudanças positivas, segundo Jonathan, além de uma super automação.
”Imagine que com tudo conectado e monitorado poderemos realizar compras automáticas, de acordo com o estoque, e integrar toda a cadeia de suprimentos com as principais aplicações utilizadas”.
O 5G também fortalecerá a prática do trabalho remoto, os softwares de gerenciamento de time e de chamadas de vídeo, bastante utilizados hoje em dia, ganharão ainda mais capacidade, ampliando a colaboração em times.
As previsões apontam, por exemplo, a criação de escritórios virtuais, onde os membros de uma equipe poderão colaborar uns com os outros naturalmente, ainda que estejam separados por uma longa distância. Além disso, os problemas de conexão instável e de baixa performance, quando muitas pessoas estão conectadas na mesma rede, serão diminuídos.
Se os valores relacionados a essa nova tecnologia preocupam, Jonathan explica que a chegada do 5G não necessariamente acarretará em aumentos de custos com Telecom e TI.
“Normalmente os valores das tarifas diminuem um pouco ao longo do tempo, porém o consumo aumenta consideravelmente. Para consumir de forma eficiente e evitar cobranças indevidas as empresas precisam realizar a gestão com boas ferramentas que possam automatizar processos, registrar o inventário e movimentações de recursos, analisar o perfil de consumo e controlar seu fluxo de pagamentos”, conclui.