Ovos de chocolate embalados com material biodegradável é só uma das ações que a Nugali, de Pomerode, promove dentro da sua cadeia produtiva. A novidade chega nas prateleiras neste ano e segue a tendência que vem se consolidando no mercado, principalmente pela exigência do consumidor, afinal, precisamos pensar a longo prazo quando tratamos do impacto gerado pelas empresas ao meio ambiente.
O Economia SC Drops conversou com Ivan Blumenschein, CEO da empresa, para saber as expectativas em relação à Páscoa bem como as ações que promovem em prol do meio ambiente. Confira abaixo:
Como está o ritmo de produção da Nugali?
Ivan: Desde a fundação, nossa produção cresce em média 20% ao ano. Passado o período mais complicado da pandemia, retomamos nosso ritmo de crescimento. As restrições de circulação impostas pela pandemia aumentaram a procura pelo e-commerce, o que nos levou a reformular nossas ferramentas para esse canal, que dobrou de tamanho durante o período. Atendemos cerca de 2 mil pontos de venda no Brasil, já realizamos exportações para 5 países e somos a marca brasileira mais premiada no mundo. No ano passado, inauguramos também a visitação à fábrica para que o consumidor possa aprender como é a fabricação do chocolate, de uma forma lúdica e interativa. Em um ano, mais de 50 mil pessoas já visitaram o Tour Nugali.
Quais as expectativas para a Páscoa?
Ivan: Nossa perspectiva está sendo positiva. O mercado ainda lida com um nível de incertezas mais alto do que o usual, mas nossa leitura é de um primeiro ano de reaproximação de alguma normalidade na vida das pessoas, o que se reflete diretamente no comportamento do consumidor. Temos expectativa de crescimento de 30% em relação ao ano passado.
Em relação ao ano passado, quais as principais diferenças?
Ivan: Um lançamento desta Páscoa são ovos embalados com um material biodegradável. O plástico metalizado tradicional dos ovos de Páscoa é um material muito problemático, pois não pode ser reciclado, então costuma virar lixo por séculos. Fomos pioneiros em substituir esse material por um laminado de biopolímeros, que se decompõe completamente em cerca de 2 anos, virando biomassa, metano e água.
Quais os diferenciais da Nugali, tanto em produto quanto nos processos de produção?
Ivan: Nosso principal diferencial é o cuidado e o capricho com que procuramos trabalhar. Por sermos um fabricante verticalizado, controlando todos os processos, temos condições de observar cada detalhe na produção, escolhendo os melhores ingredientes, definindo ponto de torra e de conchagem dos cacaus. Além disso, não utilizamos nenhum aromatizante, corante ou conservantes artificiais e temos produtos voltados para públicos com exigências específicas ou restrições alimentares, como celíacos, intolerantes à lactose, alérgicos a diversas substâncias, veganos, kosher, dietas com restrição de açúcares ou consumidores focados em saudabilidade. Também é um diferencial importante a sustentabilidade, que está presente em toda a nossa cadeia produtiva.
Quais ações sustentáveis a empresa promove?
Ivan: A preocupação com sustentabilidade está presente na Nugali desde o princípio. Em 2005 já apoiávamos o comércio justo com os cacauicultores, oferecendo remuneração direta e acima do mercado de commodities para os produtores e fortalecendo a agricultura familiar do cacau. Nos últimos anos, temos cada vez mais reforçado essa preocupação. Somos o primeiro fabricante de chocolates no Brasil a ter a maior parte do consumo elétrico vindo de geração própria de energia solar, somos o primeiro a ser certificado Lixo Zero no segmento (desviando mais de 98% dos resíduos dos aterros sanitários), somos signatários dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Fomos pioneiros na substituição de laminados plásticos por polímeros biodegradáveis, ação que contribuiu para a premiação de março em Inovação de Produto pela Confederação Nacional da Indústria.
Como veem o cenário nacional do chocolate? Qual o potencial do mercado?
Ivan: Nestes 18 anos de empresa, temos acompanhado uma qualificação crescente do mercado consumidor, algo parecido com o que ocorreu com vinhos no Brasil há uns 30 anos. Aos poucos, mais pessoas vão aprendendo as diferenças entre um chocolate de qualidade e produtos que não levam a mesma essência, e passam a procurar teores mais elevados de cacau ou evitar gorduras hidrogenadas e ingredientes artificiais. Mas ainda há um longo caminho pela frente.
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