Com a proximidade do Dia das Mães, não podemos deixar de celebrar a potência de mulheres que maternam enquanto encabeçam projetos, lideram equipes e empreendem.
Segundo estudo da FGV, a probabilidade de emprego das mães no mercado de trabalho formal aumenta gradualmente até o momento da licença-maternidade, e depois decai. Após 24 meses, quase metade das mulheres que tiram a licença estão fora do mercado de trabalho, a maioria das saídas acontece sem justa causa e por iniciativa do empregador.
Apesar de um cenário desfavorável, mulheres com filhos têm demonstrado e validado cada vez mais seu potencial inovador e sua capacidade de se adaptar a mudanças.
Abaixo, conheça 14 mulheres empreendedoras que conciliam a maternidade com seus negócios:
Mariana Achutti, mãe do Domenico, de 1 ano e 1 mês, é fundadora e CEO da Sputnik
Fundadora e CEO da SPUTNiK, é empreendedora e vem ajudando a provocar mudanças estruturais no universo corporativo por meio de uma educação criativa e disruptiva em empresas como Google, Facebook, Globo, Boticário, Ambev, entre outras. Como brasileira, empreendedora e líder, contribui com sua experiência e conhecimento sobre novas perspectivas e possibilidades educacionais. Mariana se tornou mãe do Domenico no ano passado, após ter vivido a gravidez em meio à pandemia e ao home office. Para ela, a maternidade traz skills importantíssimas e que, se valorizadas, poderiam transformar o universo corporativo.
Rafaela Cechinel: mãe da Luiza, de 4 anos, e do Lucas, de 8 anos, sócia na Feedz com mais de 12 anos de experiência em vendas
Dos 20 aos 26 anos, ela tinha sua própria empresa que após 6 anos foi a falência, causando uma grande dívida para a empresária. Nesse período, ela ficou grávida e as portas do mercado de trabalho se fecharam para ela. Dois anos depois, recomeçou sua carreira no mercado de tecnologia, entrou em outra empresa e foi conquistando e crescendo na carreira, quando houve a possibilidade de ser promovida a líder, ficou grávida novamente. Ao fim deste período da gravidez e da licença maternidade, ela voltou ao trabalho e 15 dias após seu retorno, foi demitida. Durante este período, Bruno Soares, CEO da Feedz, entrou em contato com a Rafaela para o cargo de sócia e head de vendas da empresa.
Regina Noppe: mãe da Saphira, de 14 anos, é fundadora da Dream2B
É a mãe e empreendedora à frente da Dream2B, venture builder internacional que tem como objetivo ajudar empresas a conseguirem investimentos e a internacionalização de seus negócios para o Canadá. Atuando diretamente com o empreendedorismo feminino, sua missão pessoal é apoiar as mulheres na busca por investimentos. Até o momento, os programas da empresa já ajudaram mais de 50 startups brasileiras. Com mais de 20 anos de experiência em grandes empresas, a maternidade impactou diretamente na carreira de Regina.
“Ser mãe fez com que eu acelerasse a criação do meu próprio negócio, para que eu pudesse ter mais flexibilidade no trabalho e ser dona do meu tempo para acompanhar todas as fases da minha filha. Como minhas atuações profissionais sempre envolveram viagens internacionais, isso também pesou muito”, conta.
Durante a pandemia, ela viveu o fim de um relacionamento e se tornou mãe solo, tendo que administrar não só todas as demandas da casa e da filha, como também toda a empresa. Atualmente, ela trabalha em comunidades tecnológicas do Brasil e do Canadá, além de também promover a integração e relação entre os dois países.
Dani Junco: mãe do Lucas, de 7 anos, é fundadora e CEO da B2Mamy
Mãe do Lucas, fundadora e CEO da B2Mamy, único hub de inovação focado em tornar mães e mulheres líderes e livres economicamente por meio de educação, pesquisa e comunidade. Especialista em marketing com foco em branding, ela transformou sua dificuldade, de voltar ao mercado de trabalho após ter se tornado mãe, em solução para outras mulheres com filhos que desejam empreender. Por meio de capacitação, acredita que as mulheres possam equilibrar seus papéis nas suas carreiras e na administração da família, se tornando líderes em seus trabalhos e livres economicamente. Em três anos a B2Mamy já capacitou e conectou mais de 10 mil mulheres por meio dos meetups, EAD e programas de capacitação. A aceleradora conquistou o apoio institucional do Google e Facebook, e ainda, movimentou a economia: foram R$ 6 milhões entre o faturamento das empresas aceleradas e da aceleradora.
Helena Prado, mãe da Alice, de 6 anos, sócia fundadora da PinePR
Sócia fundadora da PinePR, agência com mais de 10 anos de mercado e especializada no atendimento de scale-ups e empresas de tecnologia e inovação, com atuação dentro e fora do Brasil. Jornalista, empreendedora, com MBA Executivo pela FIA e pós-graduação em jornalismo institucional pela PUC, acumula mais de 15 anos de experiência na área de comunicação corporativa para empresas internacionais, multinacionais e locais em segmentos como tecnologia, entretenimento, negócios e varejo. Também atuou como relações públicas do Cirque du Soleil no Brasil. Para ela, o principal desafio como mãe no mundo corporativo é dividir a atenção entre a empresa e a filha.
“É preciso ter muita disciplina em relação a horários e metas para que o tempo destinado ao negócio seja o mais produtivo possível. Ter uma rotina flexível é fundamental para isso funcionar. Tem dias que eu fico a manhã toda com a minha filha, em outros eu tiro algumas horas da tarde e acabo tendo que trabalhar após o horário oficial, quando coloco ela pra dormir. Nos finais de semana eu não deixo o trabalho invadir, acho fundamental termos um tempo para respirar”, comenta.
Elisa Tawil é mãe do Josh, de 6 anos, e Cora, de 8 anos, head de growth na eXp Realty Brasil
Atuou durante 15 anos em grandes empresas imobiliárias e em 2017 começou a empreender em projetos personalizados. Além de trabalhar na eXp Brasil, imobiliária digital imersiva, é membro fundador do grupo Mulheres do Imobiliário e apresenta o podcast Vieses Femininos. Formada em Arquitetura pelo Mackenzie e pós-graduada em Administração de Empresas com extensão em negócios imobiliários pela Fundação Getúlio Vargas. Além disso, foi a primeira mulher paulista a ser certificada no curso pelo curso de Liderança Avançada para Mulheres pela Shakti Fellowship, em parceria com a San Diego University, da Califórnia, e mentora pelo do Programa de Certificação da Tiara International LLC. Seu maior objetivo é levantar a discussão do papel das mulheres no ramo imobiliário e assumir a luta pela independência e igualdade de gênero no setor. Ao encorajar e preparar as mulheres para cargos de liderança, ela ajuda a demonstrar a diferença que a força feminina faz no mercado de trabalho.
“A maternidade impactou tanto minha carreira que saí da empresa em que estava e fundei o Mulheres do Imobiliário por entender que as mulheres precisavam ter mais espaço, voz e representatividade, serem ouvidas e terem as necessidades compreendidas. Há coisas da natureza humana que toda mãe vai passar e isso não pode ser visto, em hipótese alguma, como algo que a impeça ou prejudique”, afirma.
Ela lançou recentemente o livro Proprietárias: a ascensão da liderança feminina no setor imobiliário, no qual aborda de forma mais profunda o assunto.
Vanessa Kotters, mãe da Maria, de 1 ano e 9 meses, é diretora de produtos da Authen
Formada em Design de Moda e pós-graduada em Gestão de Negócios na Indústria da Moda em São Paulo, ela trabalha há 18 anos com vestuário esportivo e fitness. Em sua jornada profissional já passou por várias marcas nacionais e multinacionais. Com referência dos 4 cantos do mundo, por mais de 5 anos, se dedicou ao seu escritório próprio de criação e desenvolvimento onde atendia marcas de todo o Brasil. Foi nesta época que conheceu o empreendedor Christopher Spikes, assim abraçando a oportunidade de trabalhar exclusivamente para a Authen, oferecendo design brasileiro com engenharia aplicada ao propósito de cada produto. Atualmente, com o desenvolvimento de duas coleções por ano em seu portfólio, desde 2013, ela é diretora de produto da Authen e administra uma equipe especializada em equipamentos para corredoras.
“A Maria chegou como um presente surpresa na minha vida e na do meu companheiro. A gente cogitava a ideia mas ainda não tínhamos tomado nossa dose de coragem. E eu, num primeiro momento enxerguei a maternidade como um “problema a resolver”, afinal eu não tinha me preparado e como ficaria a minha carreira? A maternidade foi e é a coisa mais incrível que já aconteceu na minha vida, mas não é nada romântico como nas propagandas. É pesado! Bem pesado! Passar por este momento importante e complexo fazendo parte da Authen foi primordial para que eu conseguisse praticar a maternidade que eu escolhi. Nós temos a cultura do home office desde antes da pandemia e isso me permite ver o desenvolvimento da minha filha de perto, dia após dia. Eu optei por não parar de trabalhar e pude contar com total flexibilidade de horários. Maria participou de incontáveis calls no meu colo e inclusive viajou comigo quando minha presença era imprescindível em reuniões fora de SP. Eu decidi pela amamentação livre demanda, não estipulei prazo para desmame e na Authen eu consigo pôr em prática uma das decisões mais importantes do meu maternar. Mas, se ainda assim é puxado equilibrar carreira e maternidade para mim, que tenho rede de apoio, um companheiro que realmente cumpre com seu papel de pai, trabalho numa empresa que me proporciona o home office e flexibilidade de horários, a minha aflição é na verdade com tantas e tantas outras mulheres que não podem contar com nada disso. Como elas equilibram carreira com a maternidade? Ora, o que é mais importante para a humanidade senão a sua perpetuação? Além da importância da reprodução, é sabido que o cuidado com nossos filhotes principalmente nos 3 primeiros anos é primordial para uma sociedade sadia e equilibrada. Por isso, o meu desafio, como mulher e como profissional, é, na verdade, entender o que eu, com a minha posição e com a minha voz, posso fazer para que a maternidade deixe de ser vista como um “problema a ser administrado” pela sociedade. A sociedade e a economia moderna ocidental não sabem lidar conosco, mulheres, profissionais e mães, então cabe a nós mesmas, com toda a nossa potência, redesenhar esse cenário.”
Antonia Teixeira, mãe da Maria, de 9 anos, Henrique, de 7 anos, e Joaquim, de 2 meses, é cofundadora da Bloom Care
Formada em Administração pela FGV e iniciou sua carreira como trainee na indústria farmacêutica. Ao longo de sua trajetória, trabalhou por cinco anos desenvolvendo campanhas de mídias interativas e projetos de inovação para grandes empresas como Grupo Havas e Abril Educação. Ao lado de Roberta Sotomaior, a Bloom Care, maior clínica digital de saúde feminina e familiar do país. Desde então, a femtech tem como missão revolucionar a forma como empresas cuidam da jornada de saúde reprodutiva e familiar de suas pessoas colaboradoras. Motivadas pelo desejo de estimular o debate sobre maternidade e mercado de trabalho, em agosto do ano passado lançaram a campanha #ContrateGrávidas, cujo objetivo é chamar a sociedade, gestores e lideranças para refletirem sobre uma das maiores barreiras que ainda existem para as mulheres que querem ingressar no mercado de trabalho: a gravidez.
Renata Fonseca, mãe da Giulia, de 18 anos, e da Sofia, de 8 anos, é sócia-diretora da REfuturiza
Sócia-diretora da REfuturiza – Emprego e Educação para TODOS, empresa do Grupo Cartão de TODOS, que visa capacitar e encaminhar ao mercado de trabalho jovens e adultos das classes C e D, a partir de uma iniciativa popular que oferece cursos profissionalizantes, preparatórios e cursos de idiomas a partir de R$9,99. Formada em Psicologia, com MBA em Administração e formação em Coaching pelo Instituto Ecosocial, Renata trabalha há 20 anos na área de RH. Ao longo de sua trajetória profissional, passou por empresas como Unilever, Johnson & Johnson, Souza Cruz, entre outras. Mãe da Giulia, de 18 anos, e Sofia, de 8 anos, ela atualmente é a responsável pela iniciativa REfuturiza Empregos, na qual atua com o propósito de ajudar cada pessoa a despertar o seu potencial e escrever uma história de sucesso por meio do conhecimento.
Daniane Bergamini, mãe da anjinha Íris, que faria 5 anos este ano, e da Melissa, de 2 anos, é sócia-diretora da Progic
Daniane é sócia-diretora da Progic, empresa de comunicação interna e plataforma líder em TV corporativa no Brasil. A solução aproxima líderes e colaboradores com uma comunicação mais atrativa e em tempo real, aumentando o alinhamento com a cultura e os objetivos da empresa. São mais de 600 empresas parceiras, sendo 200 de grande porte, alcançando mais de 550 mil pessoas em todo o país. Formada pela Universidade Federal de Santa Catarina e pós-graduada em Gestão Industrial pela FGV, Daniane tem 39 anos e tem quase 10 anos de experiência na própria empresa, passando pelos departamentos comercial, operações, e atualmente é diretora financeira e de operações da startup, além de sócia.
Juliana Lopes, mãe do Bernardo, de 14 anos, da Lorena, de 8 anos, e da Alice, de 2 anos, é Growth Manager na RoutEasy
Growth Manager na RoutEasy, startup de logística que utiliza inteligência artificial em soluções de otimização e gestão de entregas, ela é formada em Gestão Empresarial, Administração, Negócios e Marketing pela Fatec Osasco, a profissional atua na gestão, planejamento e execução de projetos e rotina operacional das equipes multidisciplinares de Inbound Marketing e Growth na startup.
Fernanda Valente, mãe da Ana Luiza, de 17 anos, e do Guilherme, de 10 anos, é head de comunicação corporativa na Alacero
É Head de Comunicação Corporativa e Relações Institucionais na Alacero, Associação Latino-americana de Aço. Formada em Comunicação Social pela FAAP e Comunicação Corporativa pela FGV, a profissional atua como Head de Comunicação Corporativa e Relações Institucionais na Alacero. Ela contribui para a organização estratégica e o desenvolvimento interno da associação.
Silvana Rodrigues, mãe da Isabelle, de 4 anos, gerente de RH na Pontomais
Formada em Gestão de Recursos Humanos e com especialização em Gestão Estratégica de Pessoas, Silvana é Gerente de RH da Pontomais, com mais de 10 anos de experiência na área. A executiva tem expertise em desenvolvimento humano e organizacional, além de gestão de talentos, consultoria interna e desenvolvimento de lideranças. Dentro da Pontomais, é responsável por gerenciar os times e o setor de RH da startup, contribuindo para a cultura de colaboratividade e desenvolvimento humano dentro da organização.
Danyelle Sosa, mãe do Dante, de 2 anos, é gerente de People & Culture na Casai
É gerente de People and Culture na Casai, startup de hospedagem latino-americana, com mais de 12 anos de experiência generalista em RH. Formada em Gestão de Recursos Humanos pelo Senac e com Pós Graduação em Neurociência e Psicologia Aplicada pelo Mackenzie, a executiva se dedica a conectar pessoas com oportunidades de emprego, propósito, desenvolvimento, aprendizagem, autoconhecimento, soluções, processos e relações.
“Foi uma decisão difícil me unir à Casai. Na época, o Dante tinha acabado de completar 1 aninho, mas o que encontrei foi um ambiente de trabalho de extrema confiança e autonomia, com pessoas e líderes humanos e uma cultura incrível. O que achei que seria um desafio, não foi, meu maternar continuou sendo possível mesmo sendo líder da área de Pessoas e Cultura em uma startup que crescia absurdamente de um mês para o outro. Claro que há desafios e adaptações, a maternidade é cheia de desafios e superações, mas não encontro mais um desafio onde trabalho, encontro acolhimento e empatia, e diversas outras líderes mães que me fazem sentir representada”, conclui.