Uma definição de ORIGINAL: que parece produzir-se pela primeira vez; não copiado, não imitado. De caráter próprio, cunho novo e pessoal; que não segue modelo. Fora do comum; extraordinário, singular: ideia original. Que não segue a maioria, o normal, comum, padronizado: pessoa original.
Ao ler essa definição o que te vem à mente? A minha logo se pergunta se sou original, se algo que fiz ou faço segue essa premissa, de ser algo novo, inusitado ou inovador de alguma forma.
E assim como a mim você já deve ter se perguntado o mesmo em alguma circunstância da vida. Seja no trabalho, na ansiedade de ter uma grande ideia ou até mesmo na simples vontade de ser ouvido.
Mas para ser original, não significa apenas estar materializado em ideias sobre qual novo produto irei lançar em minha empresa, ou no desejar de uma grande ideia para deixar de ser empregado, montar meu próprio negócio, ou ainda obter reconhecimento público, é mais do isso, para se ter originalidade é preciso primeiro entender que você é ÚNICO e isso já te dá o título de original.
Eu creio nisso, na criação divina, bela e incrivelmente única de cada ser humano. Podemos ser semelhantes, mas nunca seremos iguais em caráter e personalidade.
O problema é que o mundo, a sociedade e as tradições não favorecem nem estimulam as diferentes potencialidades da pessoa como indivíduo.
Se parar para pensar quando crianças agradamos pais e professores se nos mantemos inertes e condicionados aos padrões de comportamento aceitos e pré-determinados.
Claro que ninguém aqui está questionam valores, educação e gentileza, porém, o novo, a ideia de alguém é primeiramente desprezada na maioria das vezes. Assim durante décadas, se estabeleceu regras de comportamento para o se vestir, falar, gesticular, comer, etc. E para nos sentirmos valorizados, aprendemos a ter medo de fracassar. E o medo destrói a criatividade.
Adoramos grandes feitos, ideias originais, mas temos receio em avançar. Isso é mais que normal, inclusive entre os mais ousados feitos.
Uma vez tive a oportunidade de estar em uma palestra do filósofo Mario Cortella, e ele falou um pouco sobre medo. O medo como um sentimento responsável e necessário, ele só vira problema quando te impede de seguir adiante. Eu penso exatamente assim, costumo dizer: vou com medo mesmo!
Em realidade, na minha trajetória esse sentimento me acompanha constantemente, porém, com esforço e foco, é possível controlar.
Muitos de nós pensa que atos heroicos e de grande coragem são para poucos, eu diria que está disponível para todos, afinal todo somos capazes de pensar.
Cada indivíduo carrega algo realmente e tão somente seu, sejam suas raízes ou aquilo que acidentalmente o fez aprender para ser. Mas o que o faz único é a capacidade de converter tudo isso e de assumir riscos.
A questão é que no final das contas somos, em maioria, conservadores. Ou seja, optamos pelo que nos oferece menores riscos. E na realidade ser original é ditar as regras, é mudar, é ser a tendência, é acreditar que o novo vai funcionar mesmo que o medo possa tentar te impedir de ir adiante.
O conformismo nos breca, e nos leva a seguirmos o fluxo, o que até funciona para a maioria das pessoas, porém isso precisa ser uma escolha e não uma imposição.
Note as mulheres, sequer tinham escolha, direitos, voz, porém se uma delas não revolucionasse o seu mundo, não adaptando-se aos padrões da sociedade e sim fazendo com que o mundo olhasse para ela como alguém capaz, como seria hoje?
George Bernard Shaw escreveu: “o homem sensato se adapta ao mundo, o insensato insiste em tentar adaptar o mundo a si. Portanto todo progresso depende do insensato”.
Não vamos sair sendo insensatos para tudo e todos, contudo, qualquer pessoa pode aprimorar sua criatividade, e ser capaz de identificar e defender ideias enriquecendo o mundo com opiniões divergentes que não só resolvem muita coisa, como deixam legados incríveis que perdurarão até que algo melhor brote em forma de ideia.
Seja original, seja único, seja você. Não tenha medo, e se tiver medo, vá com ele mesmo, porém precisa ser o primeiro a acreditar que é possível.
Corra riscos, incentive pessoas, ofereça ajuda, se sair do conformismo não é para você, pelo menos seja um incentivador da criatividade em favor a originalidade.