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CEO da Omie fala sobre trajetória, próximos passos e o que esperar da sua palestra no Startup Summit

Marcelo Lombardo, CEO da Omie. Foto: Juliana Frug.

Fundador e CEO da Omie, uma das maiores plataformas de gestão na nuvem do Brasil, Marcelo Lombardo estreia uma sequência de entrevistas que vamos compartilhar até agosto com foco nos palestrantes do Startup Summit, um dos maiores eventos de inovação, tecnologia e empreendedorismo do Brasil, que acontece nos dias 4 e 5 de agosto, em Florianópolis.

Com mais de 20 anos de experiência em gestão empresarial, ele é entusiasta por inovação, vendas e marketing, além de é um dos pioneiros no ecossistema de softwares do país. Depois de empreender por 13 anos em uma empresa que fez parte da primeira geração de ERPs brasileiros, criou a Omie, focada em um software de gestão na nuvem. Em 8 anos, a scale-up tornou-se líder do segmento, com mais de 21 mil escritórios contábeis parceiros e mais de 100 mil clientes em todo país.

Confira a entrevista exclusiva ao Economia SC:

Para você, qual a importância do Startup Summit?

Marcelo: O Startup Summit reunirá diversas empresas e grandes nomes de especialistas do universo de startups e tecnologia, segmentos que estamos diretamente inseridos. É um momento importante para  apresentar nossa trajetória, erros e acertos para novos empreendedores, além de podermos guiar discussões atuais para esse ecossistema. A dimensão do evento, que já é realizado por uma grande entidade, o Sebrae, permite um alcance significativo para atingirmos nosso público de interesse.

O que podemos esperar da sua palestra no evento?

Marcelo: No meu painel com a Mônica Hauck, CEO da Sólides, vamos falar sobre nossas trajetórias empreendedoras, como tudo começou, o crescimento das startups e o reconhecimento de mercado para alcançar potenciais investimentos, além das dores e desafios presentes nessa evolução. O objetivo dessa conversa é mostrar aos novos empreendedores a realidade de empresas mais consolidadas e a transição do produto para a escala.

Em menos de 10 anos a Omie já é referência no mercado como a principal plataforma na nuvem para PMEs. Qual foi o insight para criar o negócio e quais os principais diferenciais da empresa?

Marcelo: Fundamos a Omie em 2013 com o propósito de levar prosperidade para qualquer negócio, oferecendo um sistema de gestão inovador, completo e ilimitado. Quando a ideia da empresa surgiu, eu já atuava no segmento de ERP, mas focado em grandes indústrias e, na época, era um mercado já bastante inflado, porque não existia nenhuma empresa que já não possuía um software de gestão. Saí de um mercado deste porte para explorar um segmento totalmente novo, com cerca de 18 milhões de PMEs, nas quais 90% não possuíam software algum, onde meu maiores concorrentes eram fabricantes de papel e caneta, além do Excel. Costumo dizer que nascemos para tirar o peso que a burocracia e sistemas ultrapassados colocam sobre os negócios, seja qual for o porte ou segmento, e para trazer mais eficiência e produtividade para os contadores e empreendedores do país. A nossa missão é destravar o crescimento das empresas brasileiras, que muitas vezes, param de crescer muito cedo, e isso ocorre, principalmente, pela alta complexidade do nosso ambiente de negócios, a dificuldade de acesso ao crédito e o e falta de acesso educacional dos empreendedores. Por isso, ao longo dos anos, aprimoramos nossa atuação pensando sempre em como sanar as dores dos nossos clientes, elemento fundamental do nosso ecossistema e centro da nossa estratégia. Nessa esteira de ações, buscamos sempre trabalhar de forma inovadora ao desenvolver produtos e serviços. Além disso, nossos clientes têm acesso a uma loja de aplicativos B2B, a Omie.Store, que reúne parceiros estratégicos escolhidos que complementam a nossa atuação. Vale ressaltar que estamos em forte expansão regional, baseada em parcerias com escritórios de contabilidade atendidos por meio do nosso modelo de franchising. Estamos conectados com empresas de todas as regiões do país, contamos com 124 operações ativas e expectativa de abrir mais 200 unidades até o fim do ano.

Após o aporte de R$ 580 milhões liderado pela Softbank, o que podemos esperar da empresa para este ano?

Marcelo: Com os aportes recebidos no ano passado, ganhamos ainda mais força para ampliar nossa participação no mercado e investir na captação de novos clientes, evolução do nosso produto e ampliação dos canais de atuação. Também pudemos ampliar exponencialmente nossos times, encontrando talentos do mercado, além de investir no crescimento de quem já estava com a gente. O aporte também potencializou nossa estratégia de fusões e aquisições, que já somam cinco aquisições de empresas selecionadas para completar a jornada de nossos clientes e aprimorar sua experiência. Somadas, oferecem soluções para que empresas e contadores operem em um novo patamar de eficiência. 

Em relação às aquisições, a empresa mira novos negócios para este ano ou a cartela permanece a mesma por enquanto?

Marcelo: Realizamos 5 fusões e aquisições desde 2020, quatro delas somente nos últimos 8 meses. De modo geral, todas são pensadas nas dores dos empreendedores com acesso à serviços financeiros adequados para sua operação e queremos ser cada vez mais completos em soluções para facilitar essa jornada. Outras aquisições são possíveis, uma vez que as dores de empreendedores com dificuldade de acesso a serviços integrados e adequados para sua operação são inúmeras.

Quais barreiras a Omie ainda enfrenta no mercado que atua? As PME’s ainda resistem ou a entrada no mundo digital e, principalmente no cloud, é um caminho sem volta? Como a Omie atua para que o mercado se eduque nesse sentido? 

Marcelo: Percebemos que a maior parte das PMEs brasileiras está acostumada a conviver com grandes ineficiências e erros em suas operações diárias, derivados de gerir o negócio sem ajuda de tecnologia. Esse empresário entende essa situação como “normal para quem ainda é pequeno”, e portanto não está ativamente buscando uma solução. Dessa forma, o desafio está em criar um modelo de distribuição que vá além do digital, que sensibilize essas empresas e as façam enxergar que as novas tecnologias já podem resolver seus problemas operacionais e gerenciais por um custo que o empresário consegue pagar. Encontramos esse modelo de distribuição na parceria com uma categoria que, da mesma forma, se beneficia muito da organização que a tecnologia proporciona às empresas: os contadores. Por isso que, desde 2014, a Omie se especializou em ajudar esses profissionais a promover a transformação digital de seus clientes, em parceria com nossas soluções.

Recentemente, em uma entrevista ao Neofeed, o senhor diz que existem algumas empresas que competem por essa fatia das PMEs mas que seus serviços estão sendo tirados do servidor e apenas colocado no cloud com software desatualizado, gerando uma fake cloud, pode comentar sobre a corrida da Omie para educar o mercado a usar uma plataforma que realmente faça sentido?

Marcelo: Acredito que o maior desafio nessa educação no mercado é fazer as empresas entenderem que, independentemente do seu porte e segmento, a solução ERP pode ser para todos os negócios. Para empresas menores, por exemplo, o empresário entende que o manual e o burocrático são normais porque seu negócio ainda é pequeno. Nossa visão é que, cada vez mais, os ERPs devem deixar de ser sistemas monolíticos instalados nos servidores das empresas, isolados do mundo e dependentes de alimentação (normalmente na forma de digitação) por parte do usuário. O modelo de ERP que enxergamos está integrado ao ecossistema onde a empresa está inserida, ou seja, integrado a clientes, fornecedores, bancos, governo e contadores, onde todos compartilham uma mesma versão de dados. Um dos exemplos disso é a convergência entre o ERP e os serviços bancários: o ERP caminha para ser o novo internet banking, podendo-se resolver todos os processos em um único lugar, como a captura de notas faturadas contra o CNPJ da empresa, programação de pagamentos, emissão de notas fiscais e muito mais. Chegamos ao fim da digitação e o início de uma era onde o sistema trabalha para o empresário e não o contrário, que pode acessar de qualquer lugar do mundo. Em suma, entendemos que a educação é um trabalho árduo e demorado, mas nossos canais e comunicações estão sempre voltados para mostrar ao mercado todas essas vantagens e a evolução o ERP no Brasil, além de mostrar como a Omie é parte importante desta nova geração de softwares de gestão com a missão de alavancar os negócios de nossos clientes.

Acompanhe os principais conteúdos sobre o Startup Summit aqui.

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