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O cooperativismo de crédito e a sua importância para a sociedade

Foto: divulgação

Por Moacir Krambeck, presidente do Sistema Ailos

O cooperativismo de crédito surgiu por volta de 1856, quando as comunidades rurais da Alemanha decidiram unir forças para ter um modelo próprio de gestão financeira. No Brasil, a chegada se deu em 1902, em Nova Petrópolis (RS). Na época, as cooperativas, especialmente as de crédito, não tinham leis e nem regulamentação. Foi somente em 1964, com o advento do Banco Central, que o cooperativismo de crédito foi formalizado no país. E nunca mais parou de crescer.

As cooperativas de crédito prestam serviços financeiros aos seus cooperados. Mas o propósito vai além disso. Temos como missão melhorar a qualidade de vida das pessoas. Todos que fazem parte da cooperativa são donos do negócio, participando ativamente da gestão e da tomada de decisões. Quando os cooperados vão para uma assembleia, têm que questionar, sugerir mudanças, apontar o que podemos melhorar. Porque a cooperativa também é deles.

Através de um alto nível de eficiência e uma estrutura enxuta, porém eficiente, conseguimos oferecer taxas menores em comparação às instituições financeiras tradicionais. Em vez de lucro, contabilizamos sobras ao final de cada exercício. Essas sobras são o valor que volta para o cooperado, que na assembleia decide o destino do dinheiro. No Ailos, fechamos o ano passado com R$ 357 milhões em resultados. É muito gratificante devolver este valor ao cooperado e, por consequência, à comunidade como um todo.

O cooperativismo de crédito faz com que a riqueza circule, movimentando a economia local, gerando emprego e aumentando a capacidade de compra dos cidadãos. Aí que mora a diferença: o dinheiro não sai da comunidade. É injetado de volta no negócio local, auxiliando no desenvolvimento daquela região. Direta ou indiretamente, toda a população é beneficiada. Assim, o papel social do cooperativismo de crédito se torna forte.

Nos últimos dois anos, por conta da pandemia, vimos muitos empresários enfrentarem dificuldades financeiras, especialmente os donos de negócios pequenos, locais, de bairro. O acesso ao crédito, via cooperativas, ajudou muitos a manterem seus negócios e empregos por eles gerados. Nas cooperativas do Sistema Ailos, que contam com mais de 1,3 milhão de cooperados, por exemplo, foram disponibilizados serviços como prorrogação de dívidas, redução da taxa de antecipação de recebíveis, crédito facilitado, redução de taxa nos cartões, entre outros. 

A oferta de serviços mais alinhados aos interesses do cooperado e o conhecimento cada vez maior sobre essas instituições tem feito o cooperativismo de crédito crescer a cada ano. Hoje, somos cerca de 17 milhões de cooperados, em um país de aproximadamente 230 milhões de habitantes. Estamos conquistando cada vez mais espaço, mas queremos ir além. Há um longo caminho até que o Brasil se torne um país tão cooperativista quanto aqueles que já o são, como Noruega, Dinamarca e Finlândia, por exemplo.

É preocupação das cooperativas fazer com que seus cooperados entendam o movimento do qual fazem parte. Para isso, programas de educação financeira e outras pautas são muito difundidos dentro do cooperativismo de crédito: para que os cooperados se empoderem deste conhecimento e saibam tomar decisões mais conscientes, tanto do ponto de vista financeiro como de vida. Afinal de contas, a cooperativa tem cooperados, mas somos nós que trabalhamos para servi-los da melhor forma.

Os nossos resultados mostram que o sistema de cooperativas de crédito é realmente eficaz e beneficia quem faz parte dele. A demanda só reforça a convicção de que o futuro necessita ser cooperativista. Mais solidário e com igualdade. Para todos, e para o bem de todos. Cooperando para transformar a vida das pessoas.

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