Por Roberto Vilela, consultor empresarial e mentor de negócios
No universo corporativo existe um consenso em relação ao sucesso de um negócio que é inegável: não existe maior chancela para uma empresa do que a indicação de um cliente.
Conquistar novos clientes por conta da indicação de quem já confia em seus produtos ou serviços, além de mostrar que há assertividade no relacionamento com cliente, é mais barato e lucrativo.
Afinal, quanto mais pessoas chegam até você por meio de conexões assertivas, mais chances estes novos negócios terão de se manter ao longo dos anos.
É, basicamente, o que colocamos como networkig: o relacionamento com o mercado, o conhecimento de possíveis parceiros de negócios e a presença de mercado que torna você uma referência sempre foi, e continuará sendo, uma das mais certeiras estratégias para o sucesso.
Mas há uma certa poeira no ar que poucos gestores colocam como ponto de risco e ruptura para os seus negócios: a evolução dos modelos de trabalho, que potencializou novos modelos de atuação, baseadas no home office e em milhares de reuniões e encontros digitais, está enfraquecendo as conexões.
Até mesmo as novas gerações, como a Z, têm destacado problemas relacionados à atuação longe dos escritórios. Uma pesquisa global do Linkedin, por exemplo, mostrou que para 62% dos jovens, há uma série problemas de desenvolvimento do trabalho nos moldes digitais, sendo a comunicação o maior deles.
Sem as habilidades comportamentais que nos permitem ler a linguagem corporal do interlocutor, “sentir a temperatura” de uma reunião presencial ou ainda criar laços e conexões em eventos presenciais, vamos perdendo pontos essenciais para a consolidação dos negócios.
Este novo momento do mercado de trabalho exige não só bom senso e sensibilidade, mas, acima de tudo, maturidade.
É preciso entender que nem tudo pode ser resolvido online: não é à toa que companhias globais e referências em inovação (como Google e Tesla, por exemplo) estão trilhando um caminho de volta aos escritórios.
Conexões não só fortalecem seu negócio em momentos positivos, mas também são uma âncora para situações de crise.
Mesmo que enfrente dificuldades de mercado, uma empresa ou empreendedor bem relacionado sabe que, se entrega um bom trabalho e tem uma boa rede de contatos, contará com ela para superar as dificuldades.
Retomar as conexões, em um momento crucial de reestruturação de mercado, de ampliação de negócios ou pivotagem da empresa, é o caminho mais assertivo que podemos seguir.
Depois de tantos meses em atuação online, é hora de se perguntar: o que deixamos passar em tantas calls? O que podemos recuperar com o insubstituível olho no olho? Será que a comodidade do digital está nos tirando a habilidade essencial de nos relacionar com o outro?
Boas conexões exigem dedicação e trabalho. Exigem deixar nossa zona de conforto, expor nossas dúvidas e, principalmente, manter a mente aberta para conversas de valor que nos levarão a novas visões de mercado.
Se reconectar com as boas práticas de networking significa também ampliar as possibilidades da sua carreira. A consultoria The Adler Group já mostrou que cerca de 85% das vagas de emprego são preenchidas por meio do networking.
O mercado mudou, as pessoas também e a velocidade das ações ainda mais. Entender essas mudanças vai muito além de conhecer as melhores ferramentas e tecnologias.
Significa conhecer pessoas, saber se relacionar, entender o contexto das relações e ampliar as habilidades comportamentais, as famosas soft skills.
Você está preparado para recomeçar, e reconectar, sua rede de relacionamento?