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Mais de 80% dos colaboradores se sentem esgotados emocionalmente, revela pesquisa

Foto: ivector/AdobeStock

Este ano, o burnout foi reconhecido como doença do trabalho, e não é para menos. Segundo um levantamento feito pela Pulses em parceria com a Vittude, ao menos 81% dos colaboradores têm se sentido esgotados ao fim do dia. O levantamento foi feito com mais de 3 mil colaboradores de empresas com diferentes portes e segmentos.

Através da ferramenta, a Pulses investigou fatores referentes às condições e organização do trabalho, como dificuldades para cumprir atividades, frustração em relação ao emprego, falta de disposição para trabalhar, falta de paciência com os colegas, necessidade de provar seu valor profissional, cargas além da capacidade, dificuldades de realizar entregas e sensação de esgotamento. 

“Alguns estudos já mostraram que essas condições, quando presentes em altos níveis, estão fortemente relacionadas ao estresse e ao esgotamento emocional. Geralmente, o burnout se manifesta em profissionais que têm cargas excessivas de trabalho, rotinas de atividades realizadas sob pressão ou objetivos difíceis, diante dos quais o colaborador se sente incapaz de atingir. É uma doença séria, com grandes chances de se desenvolver para quadros graves de adoecimento psicológico”, explica Beth Navas, co-fundadora e especialista em People Science da Pulses.

O levantamento também mostrou que 60% dos colaboradores relatam estar se sentindo sem disposição para trabalhar, e 67% sentem que precisam provar seu valor no emprego.

Para a executiva, esses índices mostram que os gestores precisam acender um sinal de alerta e evitar um efeito “bola de neve”, quando pequenas questões vão se acumulando até culminar em um caso de burnout:

“Além de chegar a afetar a saúde física do colaborador em alguns casos, o estresse acaba afetando diretamente na produtividade, na taxa de retenção de talentos, no engajamento, no desenvolvimento profissional… Ou seja, o bem-estar emocional permeia todos os pontos de contato da jornada do colaborador. Se o tema não for prioritário na estratégia das empresas, ele pode causar danos irreparáveis nos resultados do negócio”.

Mais da metade dos colaboradores também relataram estarem se sentindo frustrados com o trabalho (54%), com dificuldades para cumprir suas atividades (51%) e sem paciência com outros membros da equipe (51%).

MULHERES MAIS ESGOTADAS QUE HOMENS

Fazendo um recorte por gênero, o levantamento também mostrou que as mulheres estão com resultados menos favoráveis quando comparadas aos homens.

Quando o assunto é esgotamento, 85% relataram um cansaço extremo, contra 75% de homens.

Os índices ficam ainda mais distantes nas perguntas sobre frustrações com o trabalho, ao menos 59% delas concordaram, contra 48% deles, e disposição para trabalhar é 69% para elas e 46% para eles.

“Esses resultados reforçam a série de estudos que comprovam que as mulheres estão muito mais sobrecarregadas com o que chamamos de jornada tripla: atividades profissionais, de cuidados domésticos e com filhos e/ou parentes idosos ou doentes. Ter tantas cargas físicas e mentais pode acabar desencadeando o burnout”, comenta Beth.

Ela também ressalta que é papel do gestor estar preparado para conversas francas e difíceis sobre saúde mental:

“Em um mundo em constante turbulência, sobressaltos e incertezas, é comum que as pessoas vivenciem sintomas de estresse, medo e preocupação. Os líderes e o RH precisam levar isso em consideração, e estarem disponíveis para auxiliar seus colaboradores antes que as insatisfações venham a gerar problemas psicológicos. Assim como em diversas outras questões de saúde, agir preventivamente é a melhor opção para garantir o bem-estar emocional”.

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