Nos últimos anos, devido à pandemia, o aumento do consumo de internet cresceu drasticamente, principalmente de banda larga fixa.
De acordo com dados da Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint), os provedores regionais tiveram aumento de demanda em 144% somente em setembro de 2020, comparado com o mesmo mês de 2019.
Essa expansão dos provedores de internet, em especial os regionais, foi terreno fértil para as empresas que oferecem tecnologia para o segmento.
Esse é o caso da SIPPulse, empresa de Florianópolis voltada ao desenvolvimento de soluções tecnológicas para o mercado de telecomunicações para contact centers e provedores de internet.
Em um ano, a empresa aumentou seu faturamento em 41%, oferecendo produtos para operadoras de pequeno, médio e grande porte, atuando no mercado STFC (Serviço Telefônico Fixo Comutado), atacado VoIP e privado e para redes de grande alcance.
Criada em março de 2013, a empresa oferece, através da sua tecnologia, produtos para que provedores de internet também possam oferecer serviços de telefonia fixa e de PABX IP.
Com arquitetura baseada em software, os produtos não requerem equipamentos dedicados, podendo ser instalados em ambiente de nuvem ou datacenter próprio.
A empresa está adotando os conceitos de low-code/no-code, permitindo que a tecnologia seja instalada e configurada em pouco tempo e com baixo esforço de manutenção funcional.
Por ser nacional e deter 100% do capital intelectual, a empresa adota requisitos regulatórios brasileiros e reduz o esforço de suporte necessário para sua operação.
Focando na necessidade de crescimento da operação dos clientes, adota ainda arquitetura flexível e de fácil expansão de uso, suportando operações locais de pequenos provedores a operações que processam mais de 100 milhões de transações por dia.
Atualmente, atende mais de 100 clientes em todo o país, entre eles a Unifique, que adotou a plataforma no início de suas operações de voz em 2012.
Desde então, o provedor que tem matriz no município de Timbó e atuação na região Sul, vem liderando o ranking de empresas que mais crescem na oferta de telefonia pública e mais bem avaliadas pelos consumidores, de acordo com a pesquisa de satisfação anual da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) no ano passado.
MERCADO DE TELECOMUNICAÇÕES NO SETOR CORPORATIVO
Para conseguirem entrar no mercado corporativo, os provedores precisam oferecer, junto com a internet, o serviço de telefonia fixa.
“A tecnologia desenvolvida por nós permite que provedores de internet consigam oferecer o serviço de dados e de telefonia aos dois principais segmentos: contact centers e provedores de internet. No caso de contact centers, as gerações mais antigas ainda preferem ligar e falar com uma pessoa para resolver os problemas. Mas também existem empresas em que o serviço de atendimento ao cliente via telefone é obrigatório, por exemplo, bancos e companhias aéreas. Em alguns casos, a telefonia pode ser responsável por 30 a 40% da receita do provedor”, explica Flávio Gonçalves, CEO da SIPPulse.
Além da inserção em grandes empresas, a oferta de novos serviços na infraestrutura que os provedores já oferecem permite que eles tenham mais competitividade em relação às grandes operadoras, que oferecem soluções em combo de serviços.
“Muitas vezes, dentro do mercado corporativo, eles têm uma receita maior com telefonia do que com a internet. Por isso, oferecer comunicação por voz, além de lucrativo, é essencial, pois se não oferecer, eles perdem de prestar serviço de dados também”, acrescenta.
Segundo John Kinney, diretor-geral de operações da SIPPulse, a central telefônica em nuvem é uma demanda forte, sobretudo para provedores que oferecem serviços ao mercado corporativo:
“Muitas empresas, e principalmente governo, estão partindo para a compra de telefonia, mas com PABX junto. Então, está muito mais fácil vender através do provedor (o sistema de telefonia corporativa) do que você fazer uma abordagem direta. E para nós também é mais confortável, do ponto de vista técnico”.
Inclusive, durante a pandemia, com as empresas em formato híbrido ou remoto, elas precisaram adotar soluções mais digitais e na nuvem para manter suas operações de telefonia ativas.
“Hoje, a telefonia depende de uma rede de dados. Quando começa a falhar aquela rede, a recepção cai. Mas, é um problema da rede, não da telefonia. E indo via provedor, ele trata tudo isso”, conclui.