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Indústria têxtil deve olhar para 2023 com planejamento atrelado à inovação

Foto: divulgação.

Por Fábio Kreutzfeld, CEO da Delta Máquinas.

Considerada referência global pela sua criatividade e capacidade de adaptação, a indústria brasileira de moda deve colher bons resultados em 2023. Levantamentos recentes como o do instituto IEMI – Inteligência de Mercado, apontam que o próximo ano será, finalmente, de recuperação total das perdas registradas nos últimos três anos, em consequência da pandemia. Espera-se a comercialização de 6,55 bilhões de peças, 3,8% a mais do que em 2019, quando o setor estava no auge da produção.

Mas conseguir reverter as perdas e driblar o cenário volátil do mercado global vai exigir planejamento e tecnologia por parte da indústria. Não estamos mais diante de um oceano azul: agora, investir em tecnologia e automação passou a ser regra – fica para trás quem não está atento a essa movimentação, abrindo espaço para a concorrência.

Diante deste cenário, é o planejamento, concluído ainda em 2022 (e sua execução em 2023), que vai ditar o andamento de cada negócio. Pensar em médio e longo prazos nunca foi tão importante, visto que o têxtil enfrenta gargalos que vão desde a necessidade de melhoria na produtividade até a redução de desperdício de matéria-prima.

Entre as questões que considero essenciais neste planejamento, destaco algumas delas:

– O networking nunca foi tão necessário: o retorno presencial de grandes agendas ainda em 2022, como foi o caso da Febratex, por exemplo, impulsionou muitos negócios e permitiu às marcas estarem na vitrine novamente. Investir em networking através de presença nos principais eventos vai permitir um contato muito mais estratégico no setor e garantir que a empresa esteja de olho nos principais lançamentos do mercado. Ter no radar as principais agendas de 2023 e conferir através da troca e do relacionamento com o mercado as inovações que se destacam é fundamental para investir assertivamente na sua indústria.

– Produtividade é fruto de planejamento e automação: se o grande gargalo da indústria da moda é a produtividade, será essencial voltar o seu olhar para as oportunidades de automação. Em 2023, considere investir em soluções de indústria 4.0, que reduzem o tempo para a produção, bem como garantem maior precisão em diversas etapas do processo fabril, da preparação do tecido ao acabamento dos produtos.

– O mercado dita tendência e ele deve ser ouvido: em 2023 tudo indica que veremos questões já pautadas ganhando ainda mais força, especialmente nas tendências de consumo. O ESG tem se tornado cada vez mais importante, o que exige do empreendedor olhar para seu processo fabril com a missão de reduzir desperdícios. É essencial entender que tecnologia e sustentabilidade andam lado a lado e precisam estar alinhados.

Por fim, é fundamental que o planejamento empresarial esteja alinhado com a realidade de cada negócio. Não é apenas no investimento em novas tecnologias que ele impacta positivamente, mas também em questões relacionadas à continuidade do processo fabril. Manutenções preventivas e suporte profissional para melhoria do maquinário e melhor aproveitamento dos sistemas industriais serão questões essenciais para que 2023 traga a retomada tão esperada, recolocando a indústria brasileira em destaque e em pé de igualdade no cenário global.

O ano está acabando, mas ainda é possível olhar para o futuro com estratégia e assertividade. Boas conexões, soluções inovadoras e investimentos que priorizem a produtividade e a redução de desperdício são urgentes e trarão resultados que farão a diferença nos negócios.

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