Santa Catarina está cada vez mais se consolidando como um polo de desenvolvimento aeroespacial, integrando-se à chamada New Space.
Trata-se de um estágio em que se sobressaem os nanossatélites, de pequeno porte, mas com grande capacidade de desempenho.
Um dos expoentes desse processo é o Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Embarcados, em Florianópolis, que já possui 3 projetos relacionados ao setor.
O primeiro deles, o CVUB1, em parceria com a Visiona Tecnologia Espacial, deve chegar ao espaço no primeiro semestre do ano que vem.
“Desenvolvemos tecnologia para o fundo do mar e para o espaço sideral”, destacou o pesquisador-chefe do Instituto, Paulo Violada.
Ele se referia ao conjunto de tecnologias inovadoras criadas pelo centro que dirige. Para o fundo do mar, está em andamento a construção de um robô, intitulado de Annelida, que reproduz os movimentos de uma minhoca para desobstruir dutos da extração de petróleo da camada do pré-sal.
“Os satélites tradicionais pesam de 3 a 5 toneladas e orbitam a 35 mil quilômetros do nível do mar; os nanossatélites têm 20 ou 30 quilos e ficam numa órbita menor, de 600 quilômetros da Terra, no caso do VCUB1. Essa nova tecnologia é muito mais barata e tem desempenho similar ao dos grandes artefatos”, complementa.
O grande volume de negócios da nova indústria espacial está nas aplicações que proporciona.
“O desenvolvimento da tecnologia movimenta algo em torno de 14 bilhões de dólares anuais; os lançamentos, algo em torno de 6 bilhões de dólares por ano; já os serviços proporcionados pelas aplicações mobiliza cerca de 250 bilhões de dólares”, explica.
No campo de smart cities, entre as aplicações possíveis estão a geolocalização com imagens em maior resolução e menor latência, monitoramento de energia, qualidade do ar, barulho, planejamento urbano, prédios verdes, mobilidade inteligente, saúde urbanística, indústria 4.0 e fazendas urbanas.
CONSTELAÇÃO CATARINA
Além disso, o Instituto SENAI atua na Constelação Catarina, uma iniciativa em parceria com a Agência Espacial Brasileira e UFSC, e que terá 14 nanossatélites, focados em prevenção de eventos climáticos, além de todas as demais funcionalidades possíveis para o VCUB.
Outro projeto é em parceria com a empresa catarinense Agrossatélites. Neste caso, não há desenvolvimento de satélites, mas sim, de aplicações de inteligência artificial e visão computacional focadas no acompanhamento de plantio, para proporcionar ganhos que o agro tenha maior produtividade.
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