Que impacto positivo a sua empresa deixa no mundo? Pode parecer coisa de sonhador, mas se vale uma dica preste atenção à pergunta.
É o que defende o ex-CEO da Unilever Paul Polman no livro Impacto Positivo: como empresas corajosas prosperam dando mais do que tiram, publicado no Brasil pela editora Sextante.
Para o autor, empresas do futuro serão aquelas capazes de lucrar solucionando os problemas do mundo, e não os criando.
Antes que você pense que isso é incompatível com os resultados, vai uma informação: Polman, que escreveu o livro em parceria com o conselheiro da sustentabilidade corporativa Andrew Winston, conta como fez para aumentar o retorno dos acionistas em 300% mesmo tendo investido valores significativos para implantar um ousado plano de sustentabilidade.
O mito de que a única função de uma empresa é gerar lucro está caindo por terra. Na visão dos autores, é preciso romper com a obsessão pelo valor de curto prazo que dominou as organizações nas últimas décadas. Ser uma empresa relevante hoje em dia é deixar o mundo melhor.
Correndo o risco de soar repetitivo para você que acompanha o que escrevo, é preciso dizer que este conceito existe há quase 180 anos e rege uma atividade humana chamada cooperativismo.
Inclusive está escrito no princípio Interesse pela coletividade, um dos sete que norteiam todas as cooperativas do mundo:
“As cooperativas trabalham para o desenvolvimento sustentável das comunidades onde estão inseridas, através de políticas aprovadas pelos membros. Prezam por investimentos em projetos que sejam economicamente viáveis, ambientalmente corretos e socialmente justos“.
Hoje, uma a cada sete pessoas no mundo são associadas a cooperativas. Se as 300 maiores cooperativas do mundo fossem um país, formariam a nona maior economia do mundo.
Mas o verdadeiro gigantismo dessas organizações está em acreditar que ninguém perde quando todo mundo ganha.
O indivíduo pode alcançar benefícios próprios enquanto contribui para o todo. Ou seja, enquanto melhora o mundo.
Queiramos ou não, são as escolhas dos consumidores que condicionam o mercado. E para fazer sentido ao consumidor do futuro, cada vez mais preocupado em criar um mundo melhor para viver, as organizações precisam aprender a dar mais do que tiram.