Por Geraldo Campos, CEO da Sapienza, e Luciano Bitencourt, jornalista.
Recente levantamento mostra que existem no Brasil cerca de 2,5 mil espaços de coworking em oferta no mercado. Em comparação com quatro anos atrás, quando a última pesquisa havia sido feita, um crescimento de 63%. De 2019 para cá, a pandemia provocou mudanças profundas nas estruturas de trabalho e gerou muitas oportunidades para a gestão desse tipo de negócio.
Para Rute Pogan, presidente da Associação Nacional de Coworking e Escritórios Virtuais – Ancev, os coworkings são ambientes propícios para gerar inovação porque congregam negócios diversificados, pessoas com experiências e conhecimentos distintos, de idades e culturas diferentes.
O coworking, pensado a partir dessa concepção, pode ir muito além da oferta de serviços de escritório e infraestrutura de trabalho. O ambiente ajuda também a promover interação, network, gerar negócios e amizades.
Reforçar essa visão foi uma das razões para a parceria entre a Ancev e a Sapienza, que tem ajudado os gestores na área a pensar como gerar vantagem competitiva e inovações para fomentar o desenvolvimento do mercado.
Um dos programas oferecidos pela Sapienza é o Coworking Innovation Academy, um curso de 12 semanas que capacitou agora em junho 25 gestores de várias regiões do Brasil. Único do país voltado para negócios nessa área, o programa se propõe a transformar o coworking em plataforma de inovação e empreendedorismo, com gestão estratégica para atuação no ecossistema.
“Entendemos que a densidade de empresas e pessoas dentro dos coworkings possibilita a criação de comunidades que podem se transformar em um micro ecossistema. Se os atores que estão nele conseguem interagir e criar momentos de network, eles também conseguem desenvolver novos negócios, novas ideias”, analisa Geraldo Campos, CEO da Sapienza.
Nessa concepção, os gestores têm o papel de estimular o networking e a criação de oportunidades e de negócios. É preciso, de acordo com Geraldo, criar estratégias de compartilhamento de conhecimentos entre os atores dentro dos espaços de coworking e deles com a sociedade, o que depende de canais e modelos de relacionamento para, inclusive, expor as ideias e as ações desenvolvidas dentro do espaço.
Tanto Geraldo quanto Rute entendem que o mercado nesse setor tende a crescer mais. Depois da pandemia muitas empresas já adotam um ambiente de trabalho que mistura atividades na própria sede com o home office e o anywhere office, incluindo os espaços de coworking como alternativa.
“Muitas pessoas de escritório passaram a frequentar os espaços de coworking algumas vezes na semana, quem atua em home office também não quer ficar isolado do mundo, muitas estão percebendo já a vantagem do networking, tem a questão da economia também, enfim, é um mercado que tende a crescer muito”, sentencia a presidente da Ancev.
O Coworking Innovation Academy abre uma segunda turma no segundo semestre do ano. Geraldo Campos aposta na interação entre os gestores para gerar novas perspectivas de mercado. Em essência, fazer da característica dos ambientes de coworking um espaço estratégico para pensar a gestão.