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Fintech acelerada na Udesc Esag antecipou risco de ações da Magalu e Americanas 

Everton Marcelino Junior (CTO), Gabriel Coutinho de Amarante (CEO), Laura Scalabrin Coutinho (CMO) e Pedro Uchida (Líder de Finanças). Foto: divulgação.

Colocar dinheiro em ações pode render muito mais do que em aplicações tradicionais, como a poupança, mas também pode levar a um prejuízo considerável, sem informação adequada. Casos como o das Americanas, no início do ano, ou o escorregão contábil da Magalu, nos últimos dias, podem pegar investidores no contrapé, especialmente os inexperientes ou sem muito tempo disponível. 

É aqui que entra a plataforma Drops da Bolsa, desenvolvida pela Partnr, fintech acelerada na Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) pelo programa Esag Ventures, ligado ao Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas (Esag), em Florianópolis.

O site oferece o Radar de Inconsistências Contábeis, recurso gratuito que antecipou os riscos de casos como os da Americanas e Magalu

Em janeiro deste ano, um dos principais assuntos econômicos no Brasil foi o caso da empresa Americanas. “Inconsistências contábeis” no valor de R$ 20 bilhões encontradas nos balanços levaram à renúncia do CEO, Sérgio Rial, a um pedido de recuperação judicial e à queda de mais de 93% no valor das ações da empresa, causando prejuízo a milhares de investidores na bolsa. 

O caso da Magalu, que veio à tona nos últimos dias, é menos dramático, mas ainda assim levou a uma queda de mais de 10% no valor das ações da empresa em um só dia, assustando investidores. Uma auditoria revelou que não houve uma fraude, como alegava uma denúncia, mas um erro nos registros contáveis que levou à revisão dos resultados da empresa em alguns milhões de reais.  

O Radar de Inconsistências Contábeis antecipou os riscos nos dois casos. A ferramenta revela indícios de problemas desse tipo analisando dados dos balanços das empresas.

Cada ação tem uma nota de risco atribuída a cada trimestre, que pode significar “sem indício de inconsistência” (0), “baixo indício” (0,25), “alerta” (0,5), “zona de perigo” (0,75) e “perigo máximo” (1).

No caso das Americanas, nas notas trimestre a trimestre, de 2012 a 2022, verifica-se que os papéis estiverem classificados entre as zonas de alerta e perigo máximo durante todo o ano de 2019 e a partir da segunda metade de 2020, encerrando 2022 no limiar de alerta. O risco era previsível. 

O mesmo aconteceu em relação às ações da Magalu, analisadas em períodos mais longos anteriores à descoberta do problema – e a queda nas ações. Em média, as ações da Magalu se mantiveram no nível de “alerta” nos últimos 12 meses. Se considerado um período de 5 anos, os papéis estavam na zona de perigo.  

“Nossa ferramenta foi capaz de antecipar o risco de uma ação, como a da Magalu, que não tinha recomendação de venda de nenhum analista. Nossa plataforma já dava uma nota baixa (3,8 de 10) para a ação, demonstrando que os resultados da empresa não eram satisfatórios”, afirma a CMO da Partnr, Laura Coutinho.

A plataforma analisa todas as empresas listadas na Bolsa de Valores brasileira e dá notas, que variam de 0 a 10, para a qualidade das suas ações. As notas são geradas com base em um modelo matemático proprietário, que leva em conta aspectos de eficiência, saúde financeira, crescimento e preço da ação das companhias.

 Além disso, fornece uma descrição simples de como cada empresa ganha dinheiro, os principais destaques positivos e negativos de cada companhia, o cenário atual do negócio, os riscos operacionais inerentes da empresa e do setor que está inserida e os seus principais indicadores fundamentalistas.

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