Novo relatório Brand Disruption da IAB Brasil aponta tendências que estão remodelando a paisagem e a dinâmica do nosso mercado.
Dentre elas, tem uma que pode ter impactos muito positivos para as marcas. A necessidade de integração total dos pontos de venda físicos e digitais das marcas. Um novo modelo de gestão, híbrido e muito mais humano. Esse novo formato foi designado originalmente como Phygital, também chamado de Figital e H-Commerce.
H-Commerce, em termos simples, é a fusão do online com o varejo físico. Um modelo Híbrido de vendas.
Esse novo modelo Figital realmente pode ter resultados mais práticos para as marcas, ajudando a gerar percepção positiva e, principalmente, mais e melhores vendas.
E é importante pensar em maneiras de gerar melhores vendas, em um momento complexo da economia global.
O Brasil apresenta dados interessantes: No último ano, os investimentos em publicidade digital no país em 2022 cresceram 7%. O Brasil está na quinta posição entre os países com maior volume de acesso a domínios online, com mais de 260 bilhões de visitas.
Os brasileiros realmente gostam de interagir online. Mas também querem, precisam e exigem uma evolução nas experiências no mundo real. As pessoas querem Consistência. A Marca precisa se expressar da mesma forma, gerando as mesmas percepções, em todos os pontos de contato. Seja nas lojas, nos quiosques, nas ativações, na presença digital e na sua loja virtual.
Infelizmente, o que se vê é que muitas marcas ainda não conseguiram alcançar essa consistência. E os motivos são vários. Desalinhamento estratégico, problemas de tecnologia, cronogramas atrasados para atualizar a experiência nas lojas físicas, entre outros.
Nesse contexto, nós entramos na era Híbrida: a fusão do online com o varejo físico tem que ser muito mais profunda. Não basta ter uma identidade visual consistente, a relação tem que ser mais envolvente, para realmente construir valor de forma interconectada em todas as frentes.
E isso tem que ser feito a partir do ponto de vista das pessoas, dos consumidores. Utilizando, sim, as novas tecnologias para oferecer experiências consistentes, alinhadas às necessidades, desejos e percepções do cliente.
Porque, por parte das pessoas, tudo isso já está em andamento: Três em cada quatro consumidores compram combinando táticas on-line e off-line. Consultar preços online dentro de uma loja física e ir a uma loja física para experimentar um produto que foi visto online são práticas corriqueiras hoje em dia. Como as marcas podem aproveitar essas oportunidades para criar experiências consistentes e fidelizar clientes é o grande desafio.
As pessoas estão em um fluxo constante de contatos com as marcas, e querem que a transição entre os domínios físico e digital aconteça sem atritos. É esse crescimento constante do e-commerce combinado com a retomada do varejo físico que introduz a era da compra híbrida. Um novo momento, em que as exigências para a qualidade das lojas aumentam. Isso significa investimento em arquitetura para ter lojas físicas melhores, e também em tecnologia para ter, além de uma loja virtual que atende muito bem, toda a integração de processos entre os diferentes canais.
As marcas precisam ficar atentas e, novamente, se colocando no ponto de vista do consumidor, aprimorar todos os aspectos das experiências e o relacionamento das pessoas com os pontos de venda e canais de relacionamento. É uma nova filosofia, totalmente integrada.
Para isso acontecer, tanto as marcas tradicionais quanto as marcas DTC (direto ao consumidor) precisam reavaliar e ajustar suas estratégias de distribuição para atender as expectativas do comprador nesse contexto híbrido.
Além disso, os marketplaces já representam quase metade do e-commerce na América Latina e são a plataforma digital de preferência dos consumidores brasileiros. Como ter consistência na compra em marketplaces e lojas físicas é um grande desafio para as marcas de qualquer segmento. Alimentos, bebidas, produtos tecnológicos, moda… todos precisam repensar sua estratégia de pontos de contato para gerar engajamento e relacionamento.
Dois exemplos interessantes que mostram com isso pode ser feito:
A Lacta lançou loja virtual para venda direta dos produtos aos consumidores finais, ao mesmo tempo em que reformulou sua presença nos canais físicos de forma integrada.
A Shein abrindo Pop-up Stores pelo Brasil. São lojas físicas temporárias que oferecem uma experiência nova e tem linhas de produtos exclusivos. Uma maneira de estender a entrega de valor da loja virtual e fidelizar ainda mais as clientes.
A fusão do digital com o mundo físico é uma ação eficiente para fortalecer os laços com os consumidores. Mas ela tem que ser feita de forma muito estratégica, e com foco no longo prazo. É uma mudança de paradigma para a empresa, mas que pode gerar resultados surpreendentes em fidelização de clientes.
E você, o que está fazendo para fortalecer o relacionamento com os consumidores? Está criando estratégias de integração para criar um modelo realmente Híbrido para gerar conexões mais Humanas?