Nos primeiros quatro meses do ano, a economia de Santa Catarina cresceu 3,9% em relação ao mesmo período do ano passado.
O desempenho foi acima da média nacional, que registrou crescimento de 2,1% na atividade econômica, segundo relatório do Banco Central.
De acordo com o presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Mario Cezar de Aguiar, a queda da taxa de juros a partir de agosto do ano passado tornou as condições de crédito mais favoráveis, o que beneficiou setores da indústria, que cresceu 6,5% no acumulado do ano:
“Essa dinâmica incentivou o desempenho de segmentos ligados à produção de bens de capital, intermediários e de consumo durável, como a indústria de equipamentos elétricos, que teve alta de 16,1% na produção”.
Análise do Observatório FIESC mostra que um dos vetores dessa expansão foi a demanda externa, que tem desempenhado papel importante para o setor de equipamentos elétricos, com aumento de embarques de produtos como motores e transformadores elétricos para África do Sul e Canadá.
As melhores condições para investir na produção, aliadas às vendas externas de compressores de ar e bombas de líquido, influenciaram o desempenho positivo da fabricação de máquinas e equipamentos, que cresceu 10,2% no ano até abril.
RENDA E CONSUMO
A economia de Santa Catarina também reflete o mercado de trabalho aquecido, com aumento real da massa de rendimentos da população, e consequentemente, a manutenção do consumo elevado das famílias.
Até abril, a produção de veículos automotores cresceu 7,8%, impactada pela queda recente dos juros e demanda interna em nível elevado. Em consequência, o comércio de veículos, motocicletas, partes e peças apresentou aumento de 13,9% na mesma análise.
O economista do Observatório FIESC, Marcelo de Albuquerque, explica que o desempenho do estadual teve ainda a força da produção de produtos químicos, que cresceu 6,4%, influenciada, em parte, pelo consumo de artigos farmacêuticos, médicos, de perfumaria e cosméticos.
A comercialização desses produtos acabou refletindo no aumento de 12,9% no comércio, no acumulado do ano até abril.
“Além disso, o volume de vendas em hipermercados e supermercados tiveram expansão de 2,9% no período, resultado da demanda por embalagens plásticas e contribuindo para o crescimento de 11,3% na indústria de borracha e plástico”, pontuou.
SERVIÇOS LIDERA CRESCIMENTO
O setor de serviços foi o que mais cresceu, com aumento de 6,7% no acumulado do ano. O consumo das famílias e o maior nível de produção das indústrias catarinenses impulsionaram as atividades de serviços relacionadas a transportes, principalmente no escoamento de produtos.
Outros segmentos ligados ao mercado de trabalho registraram expansão, como os serviços profissionais, administrativos e complementares, voltados para a locação e o agenciamento de mão de obra, além dos serviços de escritório e apoio administrativo. A atividade econômica do comércio ampliado teve alta de 5,5% no período.