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Criação 5.0 na moda mundial

Foto: divulgação

Por Rener Agostini, gerente de vendas SaaS na Audaces.

A indústria da moda já passou por constantes evoluções ao longo do tempo, da produção artesanal à revolução industrial e, mais recentemente, a era tecnológica. Todas foram marcadas por avanços significativos em ideação, criação e produção de roupas, que hoje convergem em meio há um novo momento chave para o setor: a Criação 5.0. Mas o que é este conceito e, porque é importante que os profissionais têxteis estejam atentos a ele?

A Criação 5.0 não se limita a ser uma atualização da indústria ou apenas dedicada a gerar máquinas inteligentes que irão impulsionar a digitalização do setor. Trata-se de uma abordagem mais ampla, que insere uma camada de preocupação com a inserção humana no ecossistema de inovação. Ou seja, adentramos uma era em que a produção em larga escala não se limita à eficiência e as novas tecnologias, mas também prioriza uma qualificação da mão-de-obra para extrair o máximo potencial da criação de moda no futuro.

E o potencial é gigantesco: um estudo da consultoria Research And Markets indica que o mercado global de software de design de moda chegará a US$ 1,33 bilhão até 2030, com um crescimento médio anual de 7,6%.

Os números falam por si e a própria automação, especialmente no que diz respeito à produção de tecidos, tem avançado consideravelmente, tendo a indústria brasileira como uma das líderes nesse processo. Empresas como a multinacional ítalo-brasileira Audaces, referência mundial em inovação para a indústria da moda, têm desempenhado papel fundamental, fornecendo tecnologias para otimizar desde a criação do modelo até a produção em escala — numa visão 360º de toda a trilha de produção e negócios de uma confecção.

Mas ter esses recursos disponíveis já não é o bastante. Na era do 5.0, a capacitação pode ser o diferencial para um negócio ser mais competitivo que o outro. Isso se dá à medida em que o conhecimento humano passa a interagir cada vez mais com softwares de última geração, máquinas de corte automatizadas e a ainda mais recente, inteligência artificial, capaz de gerar peças originais e com riqueza de detalhes em poucos cliques.

Essa “humanização” é necessária para retirar um pouco do cunho “pasteurizado” da produção de roupas por meio de máquinas, trazendo originalidade às confecções, gerando conexão com o consumidor e, principalmente, estimulando a criatividade. Assim, a Criação 5.0 empodera quem trabalha para desenvolver a moda e gera uma conexão genuina entre o que é produzido com a essência das suas marcas.

O potencial da Criação 5.0 no Brasil

O Brasil é um dos grandes exportadores de tecnologia e serve de inspiração em termos de originalidade das criações dos seus estilistas, no entanto, ainda há certa disparidade entre o mercado brasileiro e o que é feito em países como a Turquia e a China, por exemplo, em questão à preparação humana. Por lá, quando uma nova fábrica de confecção é aberta, seja grande ou pequena, é impensável para o empreendedor não aderir à tecnologia logo de cara.

Já no Brasil, muitas empresas ainda operam de forma manual, o que pode resultar em falta de competitividade e dificuldades de escalabilidade do negócio. Somente quando o profissional têxtil decide romper as fronteiras da sua região é que ele se dá conta de que é preciso estar preparado para lidar com a tecnologia atual.

Apesar desse “gap”, alguns pólos têxteis já se destacam no quesito automação: empresas do setor fundadas em cidades como Jaraguá do Sul e Blumenau, já começam num modelo parecido ao que é utilizado mercados internacionais — indicando um futuro promissor para o desenvolvimento da indústria da moda.

Aqueles que não se adaptarem a essa nova era podem enfrentar desafios significativos, desde questões de custo até a agilidade na entrega, vital para a sustentabilidade do negócio. Por isso, investir na capacitação é um dos pilares necessários para acelerar esse processo. A própria Audaces tem contribuido para a formação de profissionais, reconhecendo que a verdadeira inovação surge da união entre a tecnologia e o conhecimento humano, com mais de 20 mil profissionais formados nos últimos anos nas universidades com conhecimento em suas tecnologias, hoje presentes em mais de 70 países.

A resistência à adoção de novas tecnologias é compreensível, mas a Criação 5.0 não visa substituir o trabalho humano (a exceção de algumas máquinas), e sim potencializá-lo. O diferencial vai ser quem está ou não preparado para lidar com essas transformações.

Em suma, a Criação 5.0 representa não apenas uma evolução na produção de moda, mas também uma oportunidade de impulsionar a indústria nacional para o cenário global. Ao abraçar essa nova era com uma mentalidade de inovação e colaboração, podemos construir um futuro sustentável e próspero para a moda brasileira e mundial.

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