As vendas externas de Santa Catarina em setembro registraram um aumento de 15,7% em comparação com o mesmo período do ano passado.
O resultado ameniza, em parte, o cenário de desaceleração das vendas externas no acumulado do ano até setembro, quando totalizaram US$ 8,56 bilhões, uma queda de 3,3% frente ao mesmo período do último ano.
“O recuo no ano reflete um cenário de desinflação global, afetando, por exemplo, os preços médios de commodities como a soja e também produtos como carnes de aves e suínos – principais itens da pauta exportadora de Santa Catarina”, analisa o economista Marcelo de Albuquerque, da Federação das Indústrias de SC (FIESC).
O valor do quilo de carnes de aves exportado, por exemplo, registrou queda de 9,4% no ano. O impacto na balança comercial do estado foi significativo, porque esse produto é responsável por 16,3% das exportações totais.
No ano, o recuo das vendas externas de carnes de aves foi de 6,4%. As exportações de soja também registraram queda no acumulado do ano de 19,3%, com recuo de 15,1% no preço médio no ano.
O economista da FIESC avalia que entre os fatores que explicam essa queda nos preços internacionais está a desaceleração da economia chinesa, um dos principais países compradores de commodities:
“O país está passando por dificuldades econômicas em função da crise imobiliária, amplificando o processo de desaceleração ocorrida nos últimos anos”.
Na contramão das commodities, as exportações de equipamentos elétricos apresentaram alta de 28,3% no ano até setembro, favorecidas por um mercado aquecido no Estados Unidos. O mesmo motivo explica o aumento de vendas externas de produtos de madeira, como madeira serrada (1,2%), obras de carpintaria (8%) e madeira compensada com alta de 15,1%.
IMPORTAÇÕES
As importações de Santa Catarina aumentaram 16,15% no acumulado do ano, para US$ 24,8 bilhões. Os produtos que lideraram a pauta de importação de janeiro a setembro foram cobre, automóveis e pneus. Levando-se em conta apenas o mês de setembro, o cobre segue como o principal produto de importação, seguido de autopeças e fertilizantes.
Para minimizar o impacto da redução das importações da China, o setor de alimentos e bebidas está ampliando relações comerciais com outros países. O país chinês segue liderando, com 23% de aumento no ano, para US$ 10,6 bilhões de janeiro a setembro
Já os Estados Unidos são responsáveis pela segunda colocação entre os maiores fornecedores para o estado, com vendas de US$ 1,7 bilhão no ano, incremento de 8%.
O Chile está na terceira posição, com US$ 1,6 bilhão, um incremento de 25%, explicado pelo aumento da demanda por cobre, usado na fabricação de equipamentos elétricos, por exemplo.
“As Filipinas se tornaram o maior comprador de carne suína de Santa Catarina em 2024, importando US$ 287 milhões. Isso representa um crescimento de 40,7% no acumulado do ano, quando comparado ao igual período do ano anterior. Destaque também para o Japão, que passou para a segunda colocação como maior comprador do produto, importando US$ 215 milhões. A China ocupa a terceira posição, com US$ 188 milhões, registrando queda de 53,1% no mesmo período de análise”, informa o economista.