A produção industrial catarinense apresentou crescimento de 6,4% no acumulado do ano. Dados do IBGE mostram que o desempenho está acima da média nacional para o período, que foi de 3%, e coloca o estado como o terceiro estado com o maior crescimento da indústria no ano.
Considerando apenas o mês de agosto, o crescimento foi de 3,3% na comparação com o mesmo mês do ano anterior.
Os setores que apresentaram os melhores desempenhos de janeiro a agosto foram máquinas, aparelhos e equipamentos elétricos, com alta de 15,3%, metalurgia (11,6%) e máquinas e equipamentos (11,4%).
Esses segmentos foram beneficiados por melhores condições de crédito no mercado doméstico e também pela demanda externa aquecida, motivada pelas exportações ao Estados Unidos.
De acordo com Marcelo de Albuquerque, economista da FIESC, a redução dos juros no Brasil em 2023 trouxe impactos positivos para a indústria de bens de capital, setor que é fundamental para o crescimento sustentável da economia:
“Com a diminuição das taxas de juros, as empresas passaram a ter acesso a crédito mais barato, o que facilitou investimentos em modernização de equipamentos e expansão da capacidade produtiva, gerando aumento na demanda doméstica”.
Também tiveram altas significativas e impactaram o desempenho da indústria catarinense a produção de produtos de borracha e plásticos, que subiu 9,3%, a fabricação de produtos têxteis (7,9%) e a confecção de artigos de vestuário e acessórios (6,4%).
Apenas dois dos segmentos pesquisados apresentaram queda no acumulado do ano: a fabricação de móveis (recuo de 10,5%) e a fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos.
O economista destaca que ambos os setores estão sendo impactados pelo comércio internacional:
“O setor moveleiro é muito exportador para o Estados Unidos. Em função da política monetária mais restritiva na economia norte-americana, com o objetivo de controlar a inflação, a atividade da construção foi impactada diretamente por meio do aumento dos custos de financiamento das hipotecas, impactando a produção em Santa Catarina”. Complementa, ainda, que “a fabricação de produtos de metal vem apresentando queda nas exportações para a Argentina, limitando a produção doméstica no estado”.