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Bem-estar: a nova prioridade para líderes de sucesso

Foto: divulgação

“Preciso me cuidar, ou não vou dar conta de ficar com a minha filha. Na verdade, já não estou dando conta” foi a mensagem que recebi de um empreendedor depois de ler meu último artigo.

A verdade é que ele não está sozinho. Segundo o estudo recente da Endeavor sobre saúde e bem-estar de empreendedores, 7 em cada 10 empreendedores(as) terão desafios de saúde mental ao longo da jornada e 83% declaram que a qualidade de sua relação familiar foi impactada por conta do trabalho. 

Segundo a Organização Mundial da Saúde, atualmente 1,4 bilhão de pessoas são consideradas sedentárias. Entre os adultos, 1 a cada 3 mulheres e 1 a cada 4 homens não fazem o mínimo de atividade física recomendado pela OMS. 

Diante de um cenário tão relevante de falta de autocuidado, precisamos refletir: um líder com baixo autocuidado consegue liderar tão bem quanto outro que cuida adequadamente de seu bem-estar?

A resposta é que não.

Líderes que cuidam de seu bem-estar lideram melhor que os demais.

A liderança está desafiada. São pelo menos 4 gerações diferentes convivendo no mesmo ambiente de trabalho, com demandas, níveis de informação e expectativas completamente diferentes.

Diante do enorme desafio de liderar times atualmente, um estudo foi desenvolvido para entender se a prática de exercícios físicos alterava os principais atributos que interferem na capacidade de exercer liderança. 

Este estudo evidenciou o que empiricamente você já imagina: pessoas que se exercitam apresentam melhoras de humor e da capacidade cognitiva.

É indiscutível que quanto mais você cresce na escada hierárquica da organização, maior a pressão que você terá que suportar. Os problemas serão maiores e mais frequentes. Você precisará tomar decisões que podem ocasionar, inclusive, o crescimento ou morte da empresa.

É simplesmente impossível não se abalar física e emocionalmente quando se trabalha em alto nível. Mas infelizmente ainda existe um estigma que força líderes a esconderem seus sentimentos, e se posicionarem publicamente como super-heróis e super-heroínas. E é nos fóruns privados que descobrimos a realidade fora dos palcos.

Há 8 anos desenvolvo trocas frequentes com CEOs e profissionais de alta diretoria sobre seu bem-estar. São trocas vulneráveis, de “kimono aberto”, deixando o ego e a vaidade de lado. Nestas conversas raramente alguém reporta que não enfrenta níveis altos de estresse e ansiedade. Eu nem lembro se isso algum dia existiu.

Em um evento fechado que realizamos, uma diretora de RH chegou a contar o caso de um CEO que se surpreendeu ao saber que toda a sua diretoria executiva tomava remédios controlados para tratar distúrbios mentais e emocionais.

Nestas conversas privadas, é impressionante o padrão que se estabelece:

  1. A pessoa executiva reconhece que essa carga emocional interfere em sua habilidade de levar a empresa para todo o seu potencial; 
  2. Então percebe que seus liderados talvez não estejam tendo o(a) melhor líder que poderiam;
  3. Nota que as pessoas que ele(a) mais ama não estão convivendo com a sua melhor versão.

No último artigo, escrevi sobre a ascensão do atleta corporativo, mostrando a realidade do crescimento da prática de autocuidado como um diferencial dos profissionais na atualidade. 

É bem verdade que, por mais que seja um movimento sistematizado nas empresas, o aumento de atletas corporativos ainda é maior entre líderes.

Para estes, o autocuidado não é apenas algo desejável. É um fator de alta performance, de sobrevivência e de manutenção de suas relações sociais mais importantes.

Lembro quando, mais de 10 anos atrás, eu sonhava em me tornar líder durante um projeto de trainees de uma grande empresa. Eu tinha o suporte de mentores, sponsors, coaches e consultorias. Todo o foco de formação de novos líderes era nas soft skills de liderança e nas hard skills do negócio.

Hoje o programa de desenvolvimento de líderes que não contempla o autocuidado e o desenvolvimento de rotinas que envolvam a saúde física e mental estará fadado a criar líderes despreparados(as) para o atual momento do mercado (e da vida).

Afinal, assim como o empreendedor que precisa se cuidar para estar junto de sua filha, líderes precisam de uma visão de saúde integral para atingirem a alta performance.

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Fundador e CEO da GoGood.

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