Por Fernando Nunes, co-fundador e CEO na Transfeera.
A crescente importância da sustentabilidade no cenário global se torna cada vez mais evidente, especialmente em um contexto marcado por crises climáticas severas, como as enfrentadas em 2024. Aumento de temperatura, eventos climáticos extremos e a degradação de ecossistemas estão impactando diretamente a vida das pessoas e a estabilidade econômica. Esses desafios exigem uma resposta abrangente e colaborativa, onde o mercado financeiro desempenha um papel fundamental.
Em 2024, o mundo vive um momento crítico em relação às mudanças climáticas. Desastres naturais, como incêndios florestais, inundações e secas severas, estão se tornando mais frequentes e intensos, resultando em prejuízos econômicos significativos.
Esses desafios não apenas ameaçam a saúde do planeta, mas também representam riscos financeiros para investidores e instituições. De acordo com o estudo “Comprometimento Econômico das Mudanças Climáticas”, publicado na revista Nature, a diminuição de produtividade causada pelas mudanças climáticas poderá resultar em uma retração de 19% na economia mundial até 2049.
O mercado financeiro tem um papel importante na promoção da sustentabilidade, atuando como catalisador para a mudança. Os investidores estão cada vez mais reconhecendo que a sustentabilidade não é apenas uma questão ética, mas também uma oportunidade econômica. O conceito de “finanças sustentáveis” vem ganhando força, que envolve investimentos em projetos e empresas que promovem práticas ambientalmente responsáveis. Iniciativas como os Princípios para o Empoderamento das Mulheres (WEPs) e os Princípios de Investimento Responsável (PRI) estão ganhando adesão entre investidores institucionais.
Diversas instituições financeiras estão se adaptando para atender à demanda por soluções sustentáveis. No Brasil, a B3 (Bolsa de Valores) introduziu o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), que avalia e classifica empresas com base em suas práticas de sustentabilidade. Outro exemplo significativo é o aumento da emissão de títulos verdes por empresas que buscam financiar iniciativas como energias renováveis, infraestrutura sustentável e conservação de recursos naturais. Essas ações não apenas contribuem para a mitigação das mudanças climáticas, mas também criam novas oportunidades de investimento.
A transição para um mercado financeiro mais sustentável não é apenas necessária; é uma oportunidade para inovação e crescimento econômico. À medida que as empresas e investidores reconhecem a importância da sustentabilidade, surgem novas soluções e modelos de negócios que atendem às demandas de um mundo em transformação. Inovações em tecnologia limpa, eficiência energética e agricultura sustentável, por exemplo, podem não apenas ajudar a mitigar os efeitos das mudanças climáticas, mas também gerar empregos e impulsionar o crescimento econômico.
Além disso, a incorporação da sustentabilidade no mercado financeiro pode melhorar a resiliência econômica. Investimentos em práticas sustentáveis tendem a ser menos voláteis e mais robustos a longo prazo, proporcionando maior segurança para investidores e comunidades.