O ano passado trouxe desafios complexos para CEOs e gestores de RH. Entre eles, a consolidação de modelos híbridos, a busca por equilíbrio entre performance e saúde mental, e os efeitos de um cenário econômico desafiador, com juros elevados que exigiram fazer mais com menos recursos. Em 2025, a atração e retenção de talentos continuarão a ser prioridades estratégicas para as empresas.
Bruno Rodrigues, CEO da GoGood, HRTech referência em bem-estar corporativo, e Martha Rodrigues, CEO da Guapeco, HRTech pioneira em benefícios para pets, apontam tendências que irão definir a gestão de pessoas no próximo ano.
O foco estará na personalização de benefícios, na eficiência de recursos e no alinhamento entre discurso e prática. Confira a seguir as principais apostas para o mercado.
Benefícios personalizados para cada geração
Composta por indivíduos nascidos entre 1996 e 2010, a Geração Z já representa 40% da força de trabalho nacional e tem transformado as dinâmicas de gestão. Este grupo, que busca viver plenamente e não apenas trabalhar, valoriza empregadores que ofereçam benefícios alinhados a suas expectativas de bem-estar e qualidade de vida.
“Eles querem sentir que estão vivendo, e em uma sociedade com altos índices de depressão e burnout, é difícil discordar dessa postura“, reflete Martha.
Bruno reforça que a personalização é a chave para engajar colaboradores de diferentes gerações:
“Cada pessoa tem suas necessidades e prioridades. Mapear os eventos e processos que mais impactam a saúde emocional dos colaboradores permite desenhar soluções que os ajudem a praticar o autocuidado que desejam. Isso fortalece o vínculo entre talento e empresa e aumenta os índices de engajamento e retenção“.
Eficiência e centralização de benefícios
A pressão para reduzir custos e maximizar resultados é um desafio constante para os gestores de RH. Bruno observa que muitas empresas ainda lidam com desperdícios significativos por conta da pulverização de fornecedores:
“Ter uma solução para telemedicina, outra para psicólogos e mais uma para academias gera custos que poderiam ser otimizados. A centralização permite não só economizar, mas também ampliar a oferta de benefícios com o mesmo orçamento“.
Outro destaque é o modelo de benefícios com desconto em folha. Martha explica que essa abordagem viabiliza o acesso a serviços de alto valor percebido, como planos de saúde pet, sem custo adicional para o RH:
“Ao intermediar a contratação, o RH consegue negociar valores melhores do que os que o colaborador teria como pessoa física, facilitando a adesão e criando um ciclo de benefícios para ambas as partes“.
Além disso, Bruno ressalta que muitos RHs ainda enfrentam o desafio de justificar investimentos para a diretoria:
“Com um valor menor do que o reajuste anual do plano de saúde, é possível oferecer benefícios de alto uso e percepção, mas isso exige que os gestores demonstrem claramente os ganhos estratégicos dessas iniciativas“.
Experiência do colaborador no centro da estratégia
O conceito de Employee Experience (experiência do colaborador) não é novo, mas ganha uma nova dimensão em 2025, com foco na promoção de um ambiente psicologicamente seguro e alinhado às expectativas da força de trabalho.
“A má experiência do colaborador é um dos principais fatores de turnover. Entender suas demandas, corrigir abusos e alinhar o discurso às práticas organizacionais são passos cruciais para reter talentos“, destaca Bruno.
A Geração Z, em particular, valoriza práticas como reuniões individuais frequentes e planos de desenvolvimento individual (PDIs).
“O feedback precisa focar na pessoa e no seu crescimento, conectando isso aos objetivos mapeados no PDI. Mais do que falar de desempenho, o gestor precisa entender como ajudar o colaborador a viver melhor“, afirma Martha.
Neste contexto, a personalização dos benefícios se apresenta como uma estratégia para materializar a preocupação com o bem-estar, transformando o discurso em prática.