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Da gerência financeira à posição de CFO

Foto: divulgação

Por Artur de Castro Frischenbruder, sócio da Evermonte Executive Search.

Ser CFO não é apenas um degrau a mais na hierarquia organizacional – é uma mudança de papel, de responsabilidade e, principalmente, de mentalidade. Quem continua preso à operação dificilmente chega lá.

Nesse sentido, vale questionar: na prática, o que diferencia um gerente financeiro de um CFO? Separamos três respostas que se referem não somente ao conhecimento técnico, mas também à forma de enxergar o negócio – e fazê-lo crescer.

1. O CFO precisa ir além

Sem dúvidas, os profissionais financeiros já carregam consigo um background diferenciado em relação à profundidade numérica, mas quem quiser ocupar a cadeira de Chief Financial Officer precisa ter uma visão sistêmica e ultrapassar a perspectiva interna.

Enquanto o Gerente Financeiro garante controle de custos, previsibilidade e conformidade, o CFO precisa ir além. É preciso conhecer o mercado, saber como a economia está se comportando, quais oscilações podem impactar o negócio no curto e longo prazo e, não menos importante, entender as dinâmicas da equipe financeira em conjunto.

2. O CFO deve ter uma visão 360º

Imagine um gráfico de pizza, onde cada fatia representa uma função financeira. O Gerente de FP&A (Planejamento e Análise Financeira) transforma dados em estratégias, ajudando a prever cenários. O Controller garante a conformidade e a gestão de riscos. O Gerente de Tesouraria cuida do fluxo de caixa, investimentos e liquidez.
Já o Gerente Financeiro geralmente está dentro de uma dessas fatias, focado na execução – e muitos desses profissionais também possuem um amplo conhecimento em gestão de pessoas. Mas o CFO precisa olhar para o todo. Ele orquestra todas essas funções e ultrapassa a divisão funcional de atribuições: é peça-chave na estratégia da empresa, antecipando tendências, influenciando decisões e conectando as finanças ao restante do negócio. Ele precisa fazer networking e ter uma ampla rede de influências, além de demonstrar um forte senso de dono – senão não seria o braço direito do CEO.

3. O CFO precisa saber tomar decisões difíceis

Cada escolha financeira reverbera pela empresa inteira. Como uma decisão de investimento afeta a operação? Como o planejamento orçamentário impacta a estratégia comercial? Como um corte de custos influencia a retenção de talentos? Um CFO precisa ter essa visão ampliada – e essa mentalidade precisa estar presente no dia a dia.

Outro grande desafio: equilibrar risco e crescimento. Até onde vale a pena segurar a liquidez? Quando faz sentido assumir riscos para acelerar a empresa? Não existe uma fórmula pronta – cada decisão exige leitura de mercado, dados sólidos e coragem para apostar no momento certo.

Além disso, o CFO precisa navegar entre diferentes áreas, negociar prioridades e influenciar stakeholders. Sem relações estratégicas com investidores, conselhos e líderes internos, nenhuma grande decisão sai do papel.

Qual o melhor caminho para se tornar CFO?

Se tornar CFO dentro da empresa onde você já atua pode parecer o caminho natural, mas nem sempre é o mais rápido. Se o CFO atual está consolidado no cargo ou se a empresa não tem um plano de sucessão estruturado, pode levar anos para surgir uma oportunidade real de ascensão. Além disso, em muitas companhias, a transição para esse nível de liderança exige não apenas experiência técnica e estratégica, mas também um alinhamento político e cultural que pode não estar totalmente a favor do candidato interno.

Por isso, muitos executivos optam por buscar esse crescimento fora. O mercado frequentemente procura CFOs para liderar reestruturações, preparar IPOs ou viabilizar fusões e aquisições – desafios que exigem uma visão estratégica apurada e experiência na condução de mudanças significativas. Além disso, em setores dinâmicos, a rotatividade dos CFOs é alta, abrindo portas para profissionais bem preparados, que já demonstraram capacidade de gerar impacto financeiro e organizacional.

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