Por Guilherme Neves, sócio da Evermonte Executive Search.
A transformação da área de operações não é mais uma questão de “se”, mas de “como”. A convergência entre inteligência artificial, automação inteligente, sustentabilidade e cibersegurança está redefinindo as regras do jogo. O futuro não pertence apenas a quem inova, mas a quem sabe transformar inovação em valor real.
Por isso, é fundamental conhecer as principais tendências para a área de Operações em 2025.
1. IA como decisão de negócio, não apenas ferramenta
A IA não é apenas uma ferramenta de otimização – ela já está redesenhando a gestão de operações. Empresas estão aplicando inteligência artificial para previsão de demanda, otimização de estoques e automação da manutenção preditiva. A convergência entre IA e analytics avançado permite que decisões operacionais sejam tomadas com base em cenários simulados e dados em tempo real.
Segundo um estudo da Honeywell, 94% dos executivos planejam expandir o uso da IA. O grande desafio? Integrar essa tecnologia de forma estratégica, sem depender exclusivamente de modelos genéricos que não refletem a realidade de cada operação.
2. Automatização inteligente: humanos e máquinas trabalhando juntos
A hiperautomação não significa apenas a substituição de processos manuais por digitais. A integração de IA, machine learning e analytics avançado está permitindo uma reconfiguração completa das operações. Empresas que combinam RPA (Robotic Process Automation) com sistemas de execução de manufatura (MES) e plataformas de orquestração de supply chain estão reduzindo gargalos e ganhando agilidade operacional.
3. Sustentabilidade como driver de eficiência e lucratividade
O debate sobre ESG deixou de ser periférico – agora, a sustentabilidade impacta diretamente as operações. Modelos de economia circular, gestão eficiente de recursos e rastreabilidade digital já não são diferenciais, mas exigências do mercado. Tecnologias como blockchain e plataformas de monitoramento de emissões permitem que as empresas cumpram metas ambientais sem comprometer eficiência. Quem ainda trata a sustentabilidade como um custo, e não como um vetor de valor, está atrasado na curva de maturidade operacional.
4. Cibersegurança e a proteção da infraestrutura
A digitalização trouxe avanços significativos, mas também expôs as operações a novas vulnerabilidades. Com a convergência entre TI e OT (Tecnologia Operacional), ataques cibernéticos passaram a representar riscos reais à continuidade do negócio. Ransomwares têm mirado infraestruturas críticas, e a resposta das empresas precisa ir além da segurança tradicional. Estratégias como Zero Trust Architecture e reforço de sistemas SCADA e IoT industrial são imperativos para proteger operações contra interrupções que podem custar milhões.