Por Filipe Gallotti, CEO da FIGA Biz.
A perenidade de um negócio e a consequente internacionalização de uma empresa exigem mais do que ambição e capacidade operacional — elas demandam inteligência estratégica, visão de longo prazo e, acima de tudo, decisões bem fundamentadas. Nesse cenário, a construção de um conselho estratégico eficiente se torna um dos elementos mais determinantes para garantir que cada movimento da organização esteja alinhado com seus objetivos de expansão local e global.
Vivencio de perto os desafios enfrentados por empresas brasileiras que buscam conquistar mercados internacionais. Vejo que, muitas vezes, a vontade de crescer é freada pela falta de uma estrutura de governança capaz de orientar o processo com assertividade. Um conselho estratégico bem constituído, com profissionais experientes, atua como bússola nesse caminho — guiando, questionando, provocando e conectando. Afinal, sua empresa está preparada para tomar decisões críticas com respaldo estratégico ou ainda depende exclusivamente do instinto e da experiência operacional?
Para evidenciar a eficácia dos Board Members, estudos mostram que empresas com conselhos estratégicos ativos têm um aumento médio de 20% na rentabilidade e uma penetração 30% mais rápida em novos mercados internacionais em comparação com aquelas sem essa estrutura.
Mas não se trata apenas de montar um grupo técnico. Um board verdadeiramente estratégico é formado por pessoas que unem vivência corporativa, conhecimento profundo de mercado local e internacional e, principalmente, compromisso com os objetivos da empresa. São conselheiros que olham além do trimestre, que ajudam a definir as rotas e os riscos, que equilibram inovação com prudência e que trazem à mesa o que chamo de “visão de fora para dentro” — essencial para quem deseja se posicionar globalmente.
O diferencial de um Board Member nesse contexto está justamente na capacidade de antecipar movimentos e compreender dinâmicas de mercados distintos. A formação e a vivência desse profissional lhe conferem o conhecimento de culturas, regulações, ecossistemas de negócios diversos e, muitas vezes, um olhar mais conectado às melhores práticas de gestão, inovação e sustentabilidade, principalmente com a ótica do comércio exterior. Eles trazem um entendimento de nuances culturais, econômicas, linguísticas e corporativas que podem ser determinantes na adaptação de produtos e serviços para mercados globais.
Sua presença contribui com o fortalecimento da governança corporativa, com foco em ética, transparência e planejamento de longo prazo. Ao se envolver de forma ativa, ele garante que a expansão ocorra de maneira estruturada, minimizando riscos e otimizando resultados.
Mais do que um agente de governança, o Board Member se torna parceiro estratégico do CEO e da alta liderança, contribuindo para que decisões cruciais estejam sempre amparadas em conhecimento, planejamento e senso de propósito. E quando falamos em crescimento internacional, essa parceria se mostra ainda mais valiosa, pois permite à empresa caminhar com segurança em terrenos desconhecidos, aproveitando oportunidades com agilidade e responsabilidade. Assim, a presença de um Board Member não é apenas uma vantagem — é uma necessidade estratégica crítica.
Investir em um conselho estratégico, com membros que possuem competência global, é construir um legado, elevando sua empresa a novos patamares de sucesso e influência. A influência de decisões bem fundamentadas pode irradiar além das paredes corporativas, contribuindo para um ecossistema empresarial mais robusto e sustentável. Essa é a verdadeira medida de sucesso em um cenário global competitivo.
Portanto, encorajo cada líder empresarial a considerar como um Board Member estratégico pode ser além de um guia, um catalisador para transformação e crescimento sustentável. O momento de agir é agora — estruture seu conselho com visão, diversidade e um compromisso profundo com a excelência estratégica. O futuro do seu negócio — e, de certa forma, o futuro da inovação global — pode depender dessa decisão.