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Fabricante de peças automotivas de SC chega aos 80 anos com energia renovável

Foto: divulgação.

Prestes a completar 80 anos de atividades, a RIO Riosulense, de Rio do Sul, já definiu um dos marcos da data histórica: garantir comprovadamente o uso de fontes renováveis e descarbonizadas de energia.

Como etapa fundamental desse processo, a empresa já recebeu Certificados de Energia Renovável Internacional, ou I-RECs, referentes ao primeiro trimestre de 2025, assegurando para stakeholders internos e externos a utilização auditada de energia hidrelétrica.

A empresa está entre as principais fabricantes de peças automotivas da América Latina.

O International Renewable Energy Certificate (I-REC) é um sistema que certifica a energia renovável, comprovando a origem sustentável da eletricidade consumida por uma empresa. Funciona como um título, onde os I-RECs são certificados e registrados internacionalmente, pelo Instituto TOTUM, possuindo validade para qualificar o consumo 100% limpo de acordo com as regras do mercado.

Eles garantem o rastreamento da origem renovável da energia consumida, por isso, podem ser usados como forma de abatimento das emissões de Gases do Efeito Estufa (GEEs).

Cada Certificado corresponde a 1 MWh (megawatt-hora) de energia gerada, portanto, não há um único certificado, mas diversos certificados que, juntos, equivalem ao consumo de determinado período.

“A RIO optou pela aquisição de I-RECs trimestralmente, ao invés do modelo anual. Com o recebimento dos certificados do primeiro trimestre de 2025, celebramos essa conquista em nosso programa rumo a descarbonização, validando a redução de 36% das emissões totais da empresa”, afirma Clebson Ferreira, gerente técnico da RIO.

O processo começou com a realização do Inventário de Gases do Efeito Estufa (GEEs) em 2024, incluindo os dados retroativos de 2023.

O levantamento permitiu classificar a origem dos mecanismos geradores de emissões, a partir de três categorias utilizadas internacionalmente: emissões geradas diretamente pela empresa (Escopo 1), emissões geradas indiretamente por meio de energia comprada (Escopo 2), e emissões indiretas que ocorrem na cadeia de valor de uma empresa (Escopo 3).

Com o Inventário, foi possível saber exatamente a origem das emissões e definir as ações a serem tomadas. Em relação ao Escopo Total de Emissões, 36% delas provinham do consumo de energia elétrica.

“Ao validar que essa energia é limpa e renovável, por meio dos I-RECs, a RIO poderá abater mais de um terço das suas emissões totais. Além disso, como 100% das emissões do Escopo 2 são provenientes do uso de energia, por meio dos I-RECs será possível zerar as emissões nesse item. Em outras palavras, a RIO chegará ao próximo aniversário sem emissão de carbono no Escopo 2”, explica Rogério C. Pereira, Coordenador da Qualidade e Meio Ambiente da RIO.

Os certificados fazem parte de uma estratégia mais ampla da empresa de ser reconhecida por práticas ESG. Inicialmente, os investimentos nesse sentido foram concentrados na Gestão Ambiental, com foco na obtenção da ISO 14001. A partir desse pilar, estão sendo definidos os próximos passos.

Entre as principais iniciativas a serem adotadas estão a elaboração da Matriz de Materialidade e a definição dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU), vinculados a ela. Isso ajudará a definir as próximas iniciativas e orientará as necessidades de investimento.

“Certamente, vamos nos dedicar ao Escopo 1, com o objetivo de zerar as emissões geradas internamente. Há várias frentes em andamento, e uma das mais avançadas é a busca pelo Lixo Zero, que abrirá muitas oportunidades de atuação”, acredita Ferreira.

Segundo o executivo alguns investimentos serão destinados a novas práticas de sustentabilidade, exigências de mercado e ajustes de legislação, ou deverão ocorrer por estratégia competitiva.

Um exemplo é a adaptação ao Carbon Border Adjustment Mechanism (CBAM), mecanismo de taxação de carbono aduaneiro para produtos exportados para a União Europeia (UE).

Outra prioridade será a produção do primeiro Relatório de Sustentabilidade, de acordo com os requisitos da International Financial Reporting Standards (IFRS), que estabelece a divulgação de informações financeiras relacionadas à sustentabilidade (IFRS S1) e divulgações relacionadas ao clima (IFRS S2).

“Por estar listada na B3, a RIO terá a obrigação legal de, a partir do próximo ano, produzir o seu Relatório de Sustentabilidade. Decidimos testar o modelo neste ano, de forma voluntária, para aprimorar o processo em 2026”, conclui.

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