Uma pesquisa feita com 373 servidores públicos de todo o Brasil pela startup WeGov, com apoio do setor de Inteligência Competitiva da Softplan, identificou que a maior parte das instituições públicas, da qual os respondentes fazem parte, estão aderindo ao trabalho remoto durante a quarentena.
No entanto, menos de um quarto dos entrevistados (22%) considera que o órgão dispõe de toda a infraestrutura necessária para a execução do home office.
Os servidores que deram nota inferior a 10 a seus locais de trabalho, nesse quesito, relataram problemas como falta de acesso remoto a suas máquinas ou servidores (9,4%), dificuldades de acesso à internet (3,1%), falta de recursos tecnológicos (2,4%), de ferramentas adequadas (4,3%) e de suporte apropriado (1,6%).
“As ações de combate ao coronavírus escancararam um grande desafio de prefeituras, autarquias, fundações e secretarias públicas do país: a transformação digital. Algo que outras pesquisas mostram que, quando implementada, aumenta a produtividade do servidor e melhora o atendimento e a satisfação da população pelos serviços prestados pelo órgão público”, destaca André Tamura, diretor da WeGov e organizador da pesquisa.
A discussão, no entanto, está no radar de autoridades. Recentemente, foi tema de fórum de debates durante um dos maiores encontros de chefes do executivo municipal do Brasil, promovido pela Frente Nacional de Prefeitos.
O evento ocorreu em Florianópolis, na primeira quinzena de março e contou com a participação da Softplan, empresa especializada em transformação digital do setor público, há 29 anos, e que contribuiu com a pesquisa da WeGov.
“O governante que compreender que a sociedade anseia por isso, certamente será reconhecido. Principalmente neste momento de isolamento social. As pessoas querem e precisam seguir tendo acesso a serviços e processos de suas casas”, observou Marcelo Fett, diretor de Relações com o Mercado da Softplan.
Nas redes sociais da empresa está sendo veiculada a campanha Brasil Digital Não Para (#obrasildigitalnaopara), com depoimentos das equipes residentes em instituições públicas que estão mantendo os atendimentos online ao cidadão e conseguindo dar suporte aos trabalhos remotos dos servidores por meio da tecnologia.
A pesquisa também identificou que 66% dos respondentes nunca tinham trabalhado em home office.
Mesmo assim, demonstraram ter uma visão positiva em relação ao modelo, com 72% respondendo positivamente a ele.
As ferramentas mais utilizadas pelas pessoas para se manterem conectadas com o trabalho neste período, citadas pelos pesquisados foram WhatsApp, VPN para conexão com os servidores da instituição e ferramentas do Google.
Porém, também foram citados outros serviços como Skype, Zoom e Trello.