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Como a inovação tem transformado a experiência dos pacientes nos estabelecimentos de saúde

Foto: divulgação

A digitalização da saúde avança rapidamente no Brasil, impulsionada por demandas de eficiência, atendimento humanizado e melhor uso da tecnologia. Em um setor onde o tempo e a qualidade da comunicação impactam diretamente o cuidado com o paciente, ferramentas como inteligência artificial, automação via WhatsApp e até check-in com reconhecimento facial vêm transformando a experiência em clínicas, consultórios e hospitais. De confirmar consultas automaticamente a interpretar áudios e mensurar a satisfação pós-atendimento, a tecnologia está presente em cada etapa da jornada.

À frente dessa transformação está a Nina Tecnologia, healthtech com sede em Santa Catarina e mais de 50 milhões de confirmações de consultas realizadas desde 2018. A empresa foi pioneira na integração do WhatsApp com sistemas de gestão na saúde e desenvolveu uma plataforma multicanal com foco total na jornada do paciente. Quem nos ajuda a entender como essas inovações funcionam na prática é Roberto Dozol, CEO e fundador da Nina, que traz uma visão técnica, estratégica e conectada com os desafios reais das instituições de saúde no Brasil.

De forma prática, como a tecnologia tem melhorado a experiência do paciente nos atendimentos de saúde?

Roberto Dozol: Hoje, o paciente consegue interagir com uma clínica ou hospital da mesma forma que se comunica com amigos e familiares: por WhatsApp, com rapidez, sem precisar esperar na linha ou lidar com respostas genéricas. A tecnologia permite que ele confirme ou remarque um horário em poucos segundos, receba lembretes automáticos, faça check-in usando reconhecimento facial ou avalie o atendimento depois da consulta. Tudo isso de forma integrada com o sistema da unidade, o que torna o processo mais eficiente para os dois lados. O paciente se sente mais cuidado e a instituição ganha agilidade operacional.

Quais são os maiores gargalos na comunicação entre pacientes e instituições de saúde, e como a Nina atua para resolvê-los?

Roberto Dozol: Um dos maiores gargalos é o tempo de resposta. Muitos pacientes desistem de remarcar uma consulta ou tirar uma dúvida porque não conseguem contato rápido com a unidade. Além disso, há o desafio da falta de integração entre canais e sistemas, o que gera retrabalho e confusão. A Nina resolve isso oferecendo uma comunicação automatizada, que funciona 24 horas por dia em canais como WhatsApp, telefone e e-mail, com inteligência artificial para entender e responder o paciente. Também integramos esses fluxos aos sistemas de gestão (ERPs, ou sistemas de planejamento de recursos empresariais) utilizados por clínicas e hospitais. O resultado é menos faltas, mais retorno e uma experiência muito mais fluida.

O que significa, na prática, usar inteligência artificial e reconhecimento facial na jornada do paciente?

Roberto Dozol: Significa transformar etapas burocráticas e lentas em experiências ágeis e eficientes. A inteligência artificial, por exemplo, interpreta o que o paciente fala ao telefone, como “vou comparecer” ou “preciso remarcar”, e toma uma ação automaticamente dentro do sistema da clínica. O reconhecimento facial permite que ele faça o check-in sozinho, direto no totem ou tablet da unidade, sem precisar enfrentar filas ou tocar em telas. Esses recursos também reduzem o erro humano e aumentam a segurança dos dados. Tudo isso acontece nos bastidores, mas o impacto é direto na qualidade do atendimento.

A Nina Tecnologia cresceu de forma orgânica, sem investimento externo. Como essa trajetória influenciou a forma de inovar dentro da empresa?

Roberto Dozol: Essa trajetória nos fez crescer ouvindo o cliente e resolvendo problemas reais. Como não tínhamos capital externo, focamos em desenvolver uma solução altamente eficiente e adaptada ao setor da saúde, com entregas rápidas e sustentáveis. Isso nos deu liberdade para experimentar, errar e melhorar com agilidade. Nosso modelo de inovação vem do contato direto com clínicas, hospitais e operadoras que querem resultados práticos – e isso moldou a plataforma robusta que temos hoje, com milhões de confirmações de consultas já realizadas.

O que os estabelecimentos de saúde precisam entender para adotar soluções tecnológicas de forma eficaz e segura?

Roberto Dozol: É essencial entender que tecnologia na saúde não pode ser genérica. Ela precisa respeitar regras específicas, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e as normas da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), e ao mesmo tempo se integrar aos sistemas já utilizados pelas unidades. Não adianta ter um chatbot bonito se ele não “conversa” com o sistema de gestão da clínica. Além disso, é fundamental olhar para a jornada completa do paciente, não só para o agendamento. A nossa plataforma faz isso com uma abordagem multicanal, garantindo que o paciente seja bem atendido do início ao fim, e que a operação da unidade ganhe produtividade e segurança.

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