“Tributos interferem nas decisões das empresas, mas não deveriam”. A afirmação é de Daniel Loria, sócio do Loria Advogados e ex-diretor da Secretaria Extraordinária da Reforma Tributária que estará no Senior Experience para debater os impactos da mudança no ambiente de negócios brasileiro.
Para o especialista, a essência da reforma é devolver neutralidade ao sistema, de modo que escolhas estratégicas deixem de ser direcionadas por questões tributárias e passem a refletir a lógica econômica das companhias.
Ele explica que, no sistema atual, os tributos muitas vezes acabam determinando onde uma empresa deve investir, por onde importar ou até de que forma estruturar sua operação, gerando decisões distorcidas.
“A gente sabe que os tributos direcionam decisões do empresário e não deveriam direcionar”, afirma.
Essa dependência, segundo ele, prejudica a competitividade do país e mantém setores reféns de cálculos fiscais em detrimento da eficiência produtiva.
Ao antecipar parte de sua análise que será aprofundada no evento, ele destaca que “a reforma bate muito na tecla da neutralidade, de não interferir nas decisões do empresário, de simplificar a vida das empresas”.
De acordo com ele, a ideia é deixar o impacto tributário como uma situação burocrática, e não algo que determine o rumo dos negócios. Ao caminhar para o modelo do Imposto sobre Valor Adicionado (IVA), a expectativa é reduzir litígios, dar mais clareza às regras e permitir que empresas tomem decisões pautadas por fatores econômicos e de mercado, e não em função da complexidade tributária.
Trabalho dobrado e apoio da tecnologia na transição
O caminho, contudo, não será imediato.
“As empresas vão ter que rodar dois sistemas ao mesmo tempo, sistema velho e sistema novo. É trabalho dobrado”, alerta.
A convivência entre os modelos deve se estender até 2033, exigindo das companhias planejamento, estrutura e, sobretudo, adaptação tecnológica.
Nesse processo, a tecnologia pode ser uma aliada. A reforma prevê, por exemplo, notas fiscais eletrônicas vinculadas a cada débito e crédito, apuração pré-preenchida e mecanismos como o split payment, que garantem maior conformidade fiscal. Para ele, isso significa simplificação real no médio prazo:
“O que hoje você precisa de 250 pessoas para fazer, você vai precisar de cinco, talvez até menos. É produtividade, é ganho de eficiência”.
Ele lembra que setores como a indústria e o agronegócio exportador tendem a ser os grandes beneficiados, com redução de resíduos tributários e maior competitividade internacional. Serviços, por outro lado, podem enfrentar ajustes, mas com um longo período de transição e regimes específicos já previstos pelo Congresso.
“Não antevejo mudanças abruptas que inviabilizem setores. É adaptação e aprendizado ao longo do tempo. Cada companhia precisa identificar os impactos no seu caso específico e, de forma prática, estar pronta já em 2026 para emitir notas fiscais com IBS e CBS. Esse é o primeiro passo”.
O evento que acontece no Transamerica Expo Center, em São Paulo, deve reunir cerca de 2 mil líderes empresariais em uma experiência imersiva de 35 horas de conteúdo.
Criado pela Senior Sistemas e um dos maiores encontros de gestão, inovação e tecnologia do Brasil neste ano, o Senior Experience vai reunir executivos, C-Levels e tomadores de decisão para discutir temas como Pessoas, Gestão, Inovação, Tecnologia, Cloud e Inteligência Artificial. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas neste link.
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